Com a pandemia da Covid-19, o evento “irmão” da Web Summit mudou de nome de “Collision” passou a “Collision from Home” [a partir de casa] —, mas, mais do que isso, vai acontecer pela primeira vez numa versão 100% online.

Os participantes podem ligar-se a partir de qualquer lugar do mundo e assistir em direto a conversas com CEOs de empresas de tecnologia, responsáveis pelo desenvolvimento de políticas internacionais e figuras de referência mundial na cultura. Da lista de oradores fazem parte líderes de empresas como Slack, Microsoft, Facebook e Google, bem como figuras relevantes noutras áreas de atividade — Seth Rogen (ator, comediante e realizador), Margaret Atwood (escritora), Steve Aoki (DJ e produtor musical) e Shaquille O’Neal (ex-jogador da NBA). A lista completa está disponível aqui.

O principal foco da conferência deste ano será a tecnologia ligada à saúde. “Os líderes da indústria irão mostrar como a tecnologia está a lidar com a pandemia global e a acelerar as soluções”, explica a organização. Desta forma, irão também estar presentes no evento startups, investidores, médicos e académicos ligados a esta área tão relevante nos tempos que vivemos, com destaque para o presidente da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A empresa de Paddy Cosgrave, responsável por vários eventos tecnológicos internacionais, além de ter decidido logo no início de março a migração da Collision para um formato totalmente online em 2020, também adiou para 2021 a conferência Rise em Hong Kong. Mas mantém a confiança na realização da Web Summit em Lisboa no final deste ano, decisão anunciada esta semana, observando os protocolos de saúde e as normas do Governo, ainda que seja possível adotar-se um formato híbrido, com uma versão presencial e outra online.

A Collision from Home será o grande teste a este novo modelo totalmente online. “Estamos bem preparados para uma conferência online, até porque desenvolvemos o nosso próprio software desde o início e esse é um dos nossos maiores focos na organização da conferência, ao concentrarmos muitas coisas na nossa app”, afirma Paddy.

Às várias soluções que a app da conferência já proporciona, vão acrescentar-se opções de vídeo. O evento vai incluir também zonas virtuais de networking, onde cada participante pode criar a sua sala, e irá promover a interação entre o público, incluindo quem assiste em direto às conferências no palco virtual. Existirão ainda stands virtuais para os parceiros do evento numa área específica, entre outras soluções.

Assim, os participantes poderão comunicar através da app Collision from Home, conectar-se com algumas das empresas mais influentes do mundo e com as startups mais relevantes.

Uma vantagem desta alteração de formato para uma experiência totalmente online foi a descida dos preços dos bilhetes, que passam de 500 euros para cerca de 100 euros.

A revolução no formato da conferência, provocada pela crise pandémica global, não deixa de ser um duro golpe para as mais de 60 startups portuguesas que integram a delegação da Startup Portugal à Collision deste ano, um número consideravelmente superior às 25 que participaram na edição de 2019. Não fosse este enorme contratempo e a maior delegação portuguesa de sempre da Startup Portugal a um evento internacional estaria, por estes dias, a embarcar para Toronto.

Mas o tempo não é para comiserações e há que procurar retirar o máximo desta presença portuguesa, que apresenta soluções interessantes nas áreas da saúde, assim como em setores que mantêm a sua inegável relevância na indústria das tecnologias, como a Inteligência Artificial, a Educação, os Recursos Humanos, a Energia e o Ambiente, o Marketing de Conteúdo, entre outros. Estas são áreas onde podemos encontrar um vastíssimo conjunto de soluções de software inovadoras para empresas.

As startups têm, na Collision from Home, oportunidade de expor os seus projetos de forma virtual, mantendo-se também inalterado o acesso a contactos promovidos diretamente pela organização, com investidores, mentores e outros stakeholders [grupos de interesse], tal como já acontecia no formato anterior, por mail ou através da app do evento. Agora, essas ligações traduzem-se em contactos e reuniões totalmente remotos.

O contexto de pandemia global que vivemos tem-nos obrigado a reinventar formatos que tínhamos como garantidos e é com esta nova realidade que agora temos que trabalhar. Há que aproveitar ao máximo o conhecimento, os contactos e todas as oportunidades que um evento desta natureza, ainda que totalmente remoto, proporciona.

(Título atualizado às 18h35 do dia 22 de junho)

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