“Claramente para nós seria muito importante que fosse possível estender e realizar durante mais anos este evento, que é, de facto, uma aposta ganha, e quem duvidar disso nunca lá entrou”, garantiu a governante, em entrevista à agência Lusa.
“Sinceramente, com o devido respeito pelas legítimas opiniões, é preciso ver para falar. É preciso ver, é preciso perceber, porque nós conhecemos dezenas de empresas que já receberam capital e cujo contacto foi feito durante a Web Summit. Tudo o que nós sabemos é por defeito e o que sabemos já é muito”, afirmou.
Segundo Ana Lehman, é necessário que haja uma “verdadeira informação” para se perceber a “enorme reprodutividade” da cimeira de empreendedorismo e tecnologia, quer na “vertente tangível” de captação de financiamento e de contactos profissionais, como nos “termos mais práticos” nos transportes, no turismo e no comércio.
Assim, como no “ativo intangível” conseguido pela “exposição mediática e sobretudo à comunidade liderante a nível tecnológico do mundo”. “Esta exposição para mim vale muito mais do que o impacto direto e complementa muito bem esse impacto direto”, concluiu.
Questionada sobre o retorno exato do evento para o país, a governante respondeu que se alguém avançar com esse dado “desconfiaria”.
“Mas sabemos que já houve centenas de milhões de euros na economia, só numa primeira abordagem imediata, logo no evento, calculou-se que foram cerca de 200 milhões de euros, um número que a organização compilou”, recordou Ana Lehman.
A governante notou que o “impacto foi positivo, o retorno foi extremamente reprodutivo”, mas face à dimensão desta conferência internacional, o “impacto só pode ser analisado, com justiça, no médio prazo”.
“Mas sabemos que centenas de milhões de euros já entraram e vão entrar mais com este acréscimo que vamos ter de cerca de 15%, pelo menos, de novas entradas”, estimou a secretária de Estado, que sublinhou que mais importantes ainda podem ser os “efeitos complementares: mudança na perceção do país e notoriedade dada a Portugal”.
Em causa está a atratividade do país para se afirmar como destino de investimento estrangeiro, nomeadamente no setor tecnológico.
“O que se conseguiu ultimamente, e a Web Summit vem ajudar, é esse reforço da visibilidade no contexto internacional”, disse.
O recinto da Web Summit vai ainda receber iniciativas para fazer a ponte entre empresas estabelecidas e as emergentes, com a governante a adiantar que este encontro vai proporcionar ligações entre um “grande banco, de calibre internacional” e ‘startups’ de tecnologia ligadas ao setor financeiro (fintech).
Fundada em 2010 por Paddy Cosgrave e os cofundadores Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit é um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo e evoluiu em menos de seis anos de uma equipa de apenas três pessoas para uma empresa com mais de 150 colaboradores.
A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, mudou-se para Lisboa por três anos, com possibilidade de mais dois.
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