Internet das coisas ou IoT, a partir da designação inglesa Internet of Things. Uma realidade em crescimento que é resultado de um mundo em que a tecnologia liga cada vez mais coisas. Que coisas? É uma questão de oportunidade de mercado, de simplificação de processos ou de resolução de problemas de forma mais eficiente.

Numa área que mais do que uma promessa é já uma unidade de negócio de vários milhões de euros, para Nuno Nunes, administrador da PT Empresas, o IoT Challenge funciona como uma espécie de janela para o que se faz de novo a cada ano. É também por isso que, na cerimónia em que foram conhecidos os projetos distinguidos na quarta edição do concurso IoT, fez questão de sublinhar que, independentemente da distinção, a operadora quer manter as portas abertas a todos. “Quatro minutos é elevator’s pitch e muitas vezes não chega para passar a mensagem. E nós vamos queremos conhecer mais em detalhe os projetos”, afirmou.

Os serviços de localização de ativos foram claramente uma das áreas em evidência, com várias soluções apresentadas e uma escolhida como uma das vencedoras, a I Do Technology que se juntou a mais dois projetos, a Tempo Cloud e a Matter Dynamics. São soluções com espaços de aplicação distintos. A I Do Technology elegeu a saúde como área preferencial de atuação e apresentou uma proposta pensada para localizar equipamentos em hospitais ou clínicas (mas que pode ser utilizada noutros âmbitos, como por exemplo, a localização de colmeias).

A Matter Dynamics levou à final um smartphone e um pedaço de papel para demonstrar o seu propósito que passa, basicamente, por ligar qualquer tipo de objeto e torná-lo comunicante, seja informação sobre as características de um produto, seja a sua localização, pressão, temperatura. Tudo mediante a utilização de uma espécie de selo ou autocolante que encerra um microcircuito com um sensor e que pode sr utilizado com vários protocolos de comunicação de dados.

A Tempo Cloud, por seu lado, desenvolveu uma solução dirigida ao mercado de marketing e comunicação através do reconhecimento facial e da segmentação de públicos. Com esta solução é possível, por exemplo, saber quantas pessoas e que tipo de pessoas (idade, sexo) olham para uma montra onde estão anunciados produtos – caso do piloto que tem em teste com a Fidelidade –e adaptar campanhas em função dessa informação.

Mas em palco estiveram também soluções desenhadas para setores como o dos estabelecimentos de consumo de cerveja. A Beer Insights trouxe ao concurso IoT uma solução que visa reduzir o desperdício na venda de cerveja à pressão através de sensores nos barris que monitorizam o consumo e permitem otimizar as quantidades existentes versus as quantidades vendidas, com os ganhos inerentes.

Na área da localização, chegaram propostas desde a localização de produtos sensíveis – como medicamentos ou sangue – à localização de pessoas e animais. Se em conceito se dirigem a um mercado similar, a diferenciação está, em muitos casos, em detalhes de usabilidade, na segurança ou na facilidade de acesso. Também a Follow Inspiration, uma empresa com quase uma década de experiência na área da robótica, levou o seu WiGo ao palco de Picoas, apresentando funcionalidades como as de “anfitrião” num espaço loja.

Os três projetos distinguidos ganham um acesso à edição deste ano da Web Summit onde terão oportunidade de apresentar a ideia num circuito alargado e obter feedback para o seu desenvolvimento.

No que respeita à Altice e à PT Empresas, a área de IoT vai manter-se como uma aposta prioritária. “É uma área tão vasta que temos de ter foco naquilo que queremos fazer. Faturamos já vários milhões de euros em plataforma própria e de parceiros, temos a Atice Labs que faz a integração daquilo que os clientes e parceiros nos apresentam e o que queremos fazer é verticalizar soluções de indústria, perceber onde estão as melhores propostas para a saúde, para o mass market”, explica Nuno Nunes. “Não queremos ter mil soluções de IoT, queremos fazer diferente, que seja financeiramente aplicável e que simplifique a vida das pessoas. Caso contrário não é inovação.”

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