A Green Tech Challenge tem a missão de fazer “Green Business Good Business”. Ou seja, traduzindo, fazer “negócios verdes, bons negócios”.
É este o lema desta organização que nasceu em Copenhaga, Dinamarca, em 2015 e que até 4 de maio estará em Lisboa, mais propriamente na sede da Microsoft, em Oeiras.
Ao longo de três dias, 15 startups previamente selecionadas, todas amigas do ambiente e de braço de dado com soluções baseadas no IoT (Internet of Things), portuguesas e não só, reúnem-se com outras empresas e investidores, num programa de puro networking que visa, no final, a captação de fundos para investimento.
A Microsoft, que é parceiro global, a que se junta a awapatent, consultores de propriedade intelectual e localmente, o escritório de advogados, Areias, são alguns dos mentores deste programa intensivo de aconselhamento.
Tudo é explicado ao detalhe na abordagem que deve ser feita a quem pode ser a chave do sucesso. Há workshops e palestras, explicações e ensinamentos sobre planeamento estratégico e apresentação da empresa, para que nada escape a quem procura um investidor para o seu produto ou solução tecnológica que promete mudar o mundo.
O Green Tech culmina no “Investor Day”, o dia do investidor, traduzido, dia 4 de maio. Aí, as 15 empresas procuram mostrar o que valem durante um “picht de 6 minutos diante investidores”, refere Frederik van Deurs, Cofundador do Green Tech Challenge. O objetivo é, no final do dia, nesta espécie de “Shark Tank”, conseguirem uma injeção de capital que vai dos 100 mil aos três milhões de euros.
Este ano aterra em Lisboa por “influência da web summit”, reconhece Frederik van Deurs, passou por Berlim em janeiro. Depois de Lisboa, segue para Helsínquia (junho), Copenhaga (setembro) e termina em Estocolmo (novembro).
Até ao momento apresentaram e estabeleceram a ligação com investidores “50 Green Startups”, frisa Frederik van Deurs. As previsões apontam que se duplique esse número até ao final do ano.
Mudar o mundo pelo capital e com empresas “verdes”
Mas o que é este evento que se assemelha que é uma espécie de “web summit”, como reconhece um dos seus mentores. Tudo começou há 2 anos. “Em junho de 2015 só tínhamos uma boa ideia”. Desde a primeira Green Tech, em novembro desse ano, “mais de 70% conseguiram arranjar capital”, sendo que a média de investimento ronda “os 500 mil euros”, recorda o Cofundador do Green Tech Challenge.
“As empresas não são boas por serem verdes. São bons negócios. São competitivas. É isso que explicamos”, avança o Cofundador. Realçando que todas as startups vão “contar as suas histórias”, a narrativa da organização a que preside é simples: “mostrar que os negócios verdes são bons negócios, lucrativos”, sustenta.
Reconhecendo que são necessárias “mudanças rápidas” e que a política “anda muito devagar”, o motor da mudança é feito pelos “negócios” e, no caso concreto, “verdes”, sublinha Frederik van Deurs, antropólogo de formação e ex-ativista ambiental, ele mesmo obrigado a uma mutação de comportamento e de ação.
Das pás eólicas, malas de cortiça, drones e hortas urbanas. Conheça as 15 startups
Durante o evento que conta com uma intervenção de Hunter Halder, do Refood, as 15 “green Startups” apresentam-se para cativar o interesse de investidores. Há empresas portuguesas e uma minoria vinda de fora.
Com o denominador comum – fazer tudo por um planeta melhor -, há projetos e empresas que apresentam hortas urbanas (Noocity Urban Ecology), um sistema solar híbrido de secagem para desidratar ervas aromáticas, frutas, legumes, cogumelos ou produtos industriais como cortiça e madeira (BLACK BLOCK), uma plataforma eletrónica B2B que liga produtores agrícolas a compradores industriais ou de distribuição (Agri Marketplace), que estudam comportamento das pás eólicas ou navios (Fibersail), soluções tecnológicas que ajudam a rastrear de onde vem aquilo que consumimos (Faarm), monitorizam as caldeiras de água (Ionseed), um drone que inspeciona turbinas eólicas (Pro-Drone), monitorização da comida na cadeia de frios (Sensefinity), sensores para estudo do solo e sistema de rega (Wisecrop), um dispositivo de otimização de motores de combustão interna, que reduz o consumo de combustível e as emissões de gases (ULTIMATE POWER), sistemas de rega automática aplicados à agricultura e ao ambiente (Trigger.Systems), construção de casas arquitetonicamente ecológicas (ecs-3), um marketplace ligado a causas sociais (eSolidar), uma multinacional virada para a poupança de energia (enlife) e malas e roupa feita de cortiça e materiais ecológicos (Eagel - World Ecological Fashion - NAJHA), soluções que permitem o acompanhamento real time das culturas (WiseCrop) e de armazenamento e poupança energética (Ionseed).
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