"Há uma nova audiência que tem um maior controlo sobre o que quer ver. A nova geração sabe como criar e consumir, tem uma ligação direta com o consumidor, através de novas plataformas, e tem um retorno muito mais imediato", afirmou hoje Rebecca Glashow, responsável da empresa de media Awesomeness, num debate muito concorrido sobre o futuro do entretenimento, na Web Summit.
Sem fazer adivinhação sobre o futuro da televisão e do consumo de conteúdos de entretenimento em 2050 - era o tema do debate -, Rebecca Glashow falou de uma democratização das plataformas de exibição e de um consumidor que é informado e multifacetado.
"É uma mudança nesta geração, que está a crescer com total controlo das redes sociais em todas as plataformas. Eles é que nos dizem o que interessa", disse.
No debate, lotado e que obrigou muitos espectadores a sentarem-se no chão, participaram ainda Darnell Strom, da Creative Artists Agency, uma das maiores agências norte-americanas de gestão de carreira de figuras públicas do entretenimento, e Michael Yang, do grupo de investidores Comcast Ventures.
"A televisão ainda é importante, é onde os investidores e os decisores estão. Mas começamos a ver que as celebridades estão a aproximar-se das novas plataformas, estão a aprender com os influenciadores do digital", disse Darnell Strom.
E há ainda a questão do que se partilha nessas multiplataformas. Darnell Strom entende que, nas plataformas digitais, há cada vez mais apetência para as experiências ao vivo, com a partilha de pequenos vídeos em redes como o Snapchat, Facebook, Instagram ou Whatsapp.
"Nunca houve tantos autores como agora na criação de conteúdos na indústria de vídeo. As estrelas do Youtube, as estrelas do Instagram? Se tiver uma câmara é um criador e um empresário por conta própria neste mundo novo", corroborou Michael Yang.
A Web Summit, conferência de tecnologia e empreendedorismo, decorre até quinta-feira no Altice Arena e na Feira Internacional de Lisboa.
Segundo a organização, neste segunda edição em Portugal, participam 59.115 pessoas, de 70 países, entre as quais mais de 1.200 oradores, duas mil ?startups', 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.
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