“Sejam vocês próprios”, afirmou Sean Rad, hoje na Web Summit, que decorre em Lisboa, quando questionado pela editora-chefe da edição britânica da revista Cosmopolitan, Farrah Storr, sobre a melhor maneira de conseguir o maior número de ‘matches’ [ligações] naquela app.
Sean Rad criou o Tinder, há quatro anos, para ajudar a sua timidez. “Tinha problemas em fazer a abordagem inicial [no contacto com alguém]. Reimaginámos a maneira como as pessoas se conhecem, para resolver um problema que muita gente enfrenta”, disse. No Tinder, os utilizadores recebem sugestões de pessoas (homens ou mulheres, dependendo da escolha que façam) com base no perfil que criam na aplicação. A escolha ou rejeição é feita deslizando o dedo no ecrã do telemóvel por cima de uma fotografia da pessoa sugerida. Deslizar para a direita é como fazer um ‘gosto’ e para a esquerda é uma rejeição. Quando as duas pessoas fazem ‘gosto’ é criado um ‘match’ (ligação), podendo então começar uma conversa num ‘chat’.
Para este norte-americano de 30 anos, a 'app' que criou “dá poder tanto a homens como a mulheres”. “Sem ofender ninguém, ajuda a decidir com quem queres falar e a dares um sinal”, disse, confessando “nunca” ter pensado que aplicação “fosse explodir”.
Na conversa de hoje, que decorreu no Meo Arena, Sean Rad disse também que, para se conseguir muitas ligações, é essencial “escolher boas fotos”, mas advertiu que “fotos de modelo não funcionam”. “Podemos perceber nas fotos o que é falso”, referiu, acrescentando que “fotos de grupo não são eficazes”.
Além disso, está provado “estatisticamente” que “quem tem uma ‘bio’ [pequeno texto descritivo sobre si] é mais provável que tenha um ‘match’”.
“Quanto mais completares o teu perfil mais ‘matches’ e mais experiências terás”, garantiu.
O Tinder é visto por muitos como uma aplicação para ‘engates’, mas Sean Rad garante que “mais de 80% dos utilizadores estão à procura de relações a longo prazo”.
“Criámos o Tinder para ligar as pessoas, tornar fácil conhecer pessoas novas. O que fazes depois não cabe a nós julgar”, disse, reiterando que em quatro anos foram feitas “20 mil milhões de ligações” e “isso deve ser celebrado”.
Além de ajudar, no mundo virtual, a juntar pessoas, que depois se relacionam de forma amorosa e/ou sexual no mundo real, o Tinder também já ajudou utilizadores a arranjaram empregos.
“Contratei uma pessoa com quem fiz ‘match’ no Tinder”, contou o Sean Rad, que já teve “uma relação duradoura que começou no Tinder” e hoje em dia utiliza a app para “falar com os utilizadores e ter feedback”.
A Web Summit é uma conferência global de tecnologia, inovação e empreendedorismo que decorre até quinta-feira, onde são aguardados mais de 50.000 participantes, de mais de 165 países, incluindo mais de 20.000 empresas, 7.000 presidentes executivos e 700 investidores.
Entre os oradores, estarão os fundadores e presidentes executivos das maiores empresas de tecnologia, bem como importantes personalidades das áreas de desporto, moda e música.
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