A proposta de lei do Governo, aprovada com os votos de PS e PAN e abstenção de PCP, BE, PEV, PSD e CDS-PP, tem por objetivo “garantir um elevado nível comum de segurança das redes e dos sistemas de informação” em toda a União Europeia.
Este regime prevê que todos os Estados-membros adotem uma Estratégia Nacional de Segurança do Ciberespaço e a criação de um Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, órgão de consulta do primeiro-ministro para estes assuntos e que Portugal já adotou.
É também previsto um Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e uma Equipa de Resposta a Incidentes CERT.PT, também já existentes.
PSD, BE, PCP e CDS-PP manifestaram reservas a algumas das disposições da lei e o PS, através do vice-presidente da bancada Filipe Neto Brando, admitiu acertos no debate na especialidade.
O diploma foi apresentado pela ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, que destacou a importância da segurança de redes e sistemas de informação.
A deputada do PSD Andreia Neto lembrou que as bases destas estruturas foram lançadas pelo anterior Governo, PSD/CDS-PP, e questionou a ministra sobre a avaliação do executivo quanto a uma eventual autonomização do CNCS relativamente ao Gabinete Nacional de Segurança (GNS).
Já José Manuel Pureza, do BE, foi o primeiro a questionar que o CNCS continue com a sua tutela ligada aos militares.
António Filipe, do PCP, falou também sobre essa questão, afirmando que a proposta de lei prevê criar “mecanismos que não são claros”, nem refere quem os nomeia.
O deputado comunista deu o exemplo do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço que “é consultivo, sob a dependência do primeiro-ministro, mas não é presidido por ele”.
Vânia Dias da Silva, deputada do CDS-PP, manifestou o seu acordo genérico à proposta, mas alertou para a falta de meios.
“Por muito boas leis que tenhamos, mas se não tivermos meios pouco importará se a lei é boa ou má”, resumiu.
Filipe Neto Brandão, do PS, respondeu às reticências de PCP e BE quanto à tutela do centro de cibersegurança, lembrando que está na dependência do primeiro-ministro e não do Ministério da Defesa Nacional.
A ministra da Presidência recordou também que, em 2017, o CNCS teve um aumento de 20% do seu orçamento.
A proposta de lei baixa à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, para discussão na especialidade, antes da votação final global.
[Notícia atualizada às 14h38]
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