De acordo com a nova política adotada pela rede social, o utilizador só pode reenviar certas mensagens — nomeadamente aquelas identificadas como "muito reencaminhadas", ou seja, que já passaram por cinco ou mais conversas — para uma "conversa" de cada vez. A ideia é impedir que as mensagens sejam rapidamente reencaminhadas para uma série de conversas ao mesmo tempo.

A plataforma de troca de mensagens, que pertence ao Facebook, explicou que a medida visa igualmente permitir que as pessoas se concentrem na comunicação pessoal (e privada) durante a crise sanitária.

"Sabemos que muitos utilizadores reencaminham informação relevante, assim como vídeos engraçados, memes, reflexões ou preces que consideram ter significado. Nas semanas recentes, as pessoas também têm usado o WhatsApp para organizar eventos online para apoiar quem trabalha na linha da frente, os trabalhadores da área da saúde. No entanto, também assistimos a um aumento significativo do reencaminhamento, o que alguns utilizadores consideram excessivo e que pode contribuir para propagar desinformação. Acreditamos que é importante abrandar o reencaminhamento de mensagens para manter o WhatsApp um lugar de conversas pessoais", pode ler-se no blogue da empresa.

Esta não é a primeira vez que a empresa adota este tipo de estratégia. Em 2018, o WhatsApp começou a testar limites do reencaminhamento de mensagens — antes disso era fácil enviar uma mensagem para 256 pessoas ou conversas de uma só vez. Também nesse ano, a rede social começou a identificar as mensagens que eram reencaminhadas, o que antes não acontecia, assinala a The Verge.

Já no ano passado, o WhatsApp limitou o encaminhamento de mensagens a cinco "conversas" de cada vez, para conter as partilhas virais. Esta foi a resposta que a empresa encontrou para responder a casos registados na Índia, onde a propagação de mensagens conduziu a episódios de violência.

Damian Collins, membro do Parlamento britânico e fundador do blog de factchecking Infotagion, considera esta medida da rede social como uma "intervenção oportuna", dando como exemplo o facto de o WhatsApp estar a ser utilizado para espalhar um rumor de que as redes 5G propagavam o novo coronavírus.

No mês passado, CNN descobriu que a rede social foi usada para espalhar informação falsa sobre as curvas de evolução do covid-19 e rumores sobre atividades militares relacionadas com o coronavírus.

O caso chegou mesmo a levar o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar a pedir às pessoas que parassem de partilhar mensagens não verificadas em grupos de WhatsApp.

A rede social destaca que trabalha com a Organização Mundial da Saúde e com cerca de 20 ministérios nacionais da Saúde "para ajudar a transmitir às pessoas com informações fidedignas".