As irmãs fundadoras da SeaBookings "tiveram a sorte de crescer em Portugal", na cidade de Lagos, no Algarve. É assim que Bo Irik começa por contar a história. Foi neste contexto, entre trabalhos de verão a vender bilhetes de observação de golfinhos, que perceberam a forma de trabalhar o negócio era "chata na perspetiva do turista" e que era possível "otimizar" o processo numa área onde havia claramente potencial para crescer.

Foi preciso esperar mais uns anos, da adolescência até à universidade, altura em que a irmã de Bo Irik, Femke, desenhou a ideia da Seabookings quando estava a estudar gestão na Universidade Nova de Lisboa. As duas irmãs participaram depois no concurso Nova Idea Competition, que lhes valeu um prémio e serviu como rampa de lançamento para passar da ideia à ação. Femke começou por assumir o negócio sozinha até que este tivesse bases sólidas o suficiente para que Bo se despedisse e se dedicasse a 100% à SeaBookings.

A SeaBookings, explica Bo ao The Next Big Idea, "estabelece a ponte entre as marítimo-turísticas [empresas que proporcionam experiências relacionadas com o mar] e os turistas" na hora de escolher uma atividade para fazer em família ou com os amigos. Dos passeios de barco ao snorkeling ou a um mergulho com golfinhos, as escolhas nesta plataforma são diversificadas.

Do part-time no verão, as duas irmãs retiraram ensinamentos. Perceberam que as empresas que ofereciam passeios de barco aos turistas no Algarve eram, na sua maioria, "entidades pequenas, onde muitas vezes eram os próprios instrutores ou os próprios donos dos barcos" a tratar das reservas. A SeaBookings vem "automatizar" este processo e funciona como um fórum de agendamento que engloba várias empresas que o turista pode escolher. Neste momento, a startup trabalha já com 200 empresas de experiências marítimas, num regime de comissão: se as empresas não fizerem vendas também não perdem dinheiro para a Seabookings.

No que diz respeito às vantagens de fazer reservas nesta plataforma para o turista, Bo Irik fala numa certa "atenção", que entidades maiores não têm. Considera que a startup se destaca por ser "especialista em experiências de mar". "A SeaBookings tem experiências para todo o tipo de pessoas e para todo o tipo de orçamentos", afirma. E, caso alguma coisa falhe, sabe "muito bem que alternativas tem para os clientes".

A SeaBookings funciona na zona costeira de norte a sul de Portugal e nas regiões autónomas. O ponto de partida foi Lagos, e neste momento já presta serviços em Espanha, Itália, Croácia, Cabo Verde e Dubai. A empresa também já está presente no Brasil e na África do Sul através de "embaixadores", pessoas no terreno que ajudam a divulgar e a fazer crescer o negócio.

Sobre o futuro, a CEO afirma que quer tornar a empresa numa "referência mundial". A equipa tem também um novo elemento, Martinho Fortunato, gerente da Mar Lagos, empresa que gere a marina da cidade, e que "se juntou à SeaBookings enquanto sócio e enquanto business angel".

No que toca aos impactos da COVID-19, funcionando em modo 100% remoto desde o primeiro dia, não sentiu grandes alterações na forma de trabalhar. Por outro lado, na opinião de Bo Irik, para as empresas marítimo-turísticas, "este tempo de pandemia é perfeito para expandir porque precisam de novos canais de venda e é aí que entra a SeaBookings".

Ainda assim, a SeaBookings sentiu uma "quebra na faturação", visto que a maioria dos clientes eram estrangeiros de visita a Portugal, compensada em parte pela maior vontade dos portugueses em "fazer mais turismo interno".

Veja o episódio da SeaBookings no The Next Big Idea aqui.