O anúncio formal de um novo polo de inovação da Altice Labs em Oeiras foi realizado hoje, mas o novo espaço deverá ter pela frente mais seis meses até se tornar uma realidade. "Provavelmente em setembro", referiu Alcino Lavrador, diretor geral da Altice Labs numa conversa com jornalistas à margem do evento que assinala o quarto aniversário desta unidade do grupo, em Aveiro.
Para já, o que se sabe é que a Altice Portugal e a Câmara Municipal de Oeiras vão avançar com um "projeto inédito de investigação e inovação" localizado no TagusPark e que "está inserido na estratégia do município, idealizada para a revitalização e expansão" daquele espaço. Por definir está ainda o parceiro académico do projeto, uma escolha que a Altice tem considerado sempre como core nos locais onde se instala.
O polo de inovação no Tagus Park não tem também, por enquanto, uma temática principal atribuída, mas, para o CEO da Altice Portugal, "a mobilidade urbana pode ser uma das áreas a abordar em Oeiras".
Com a abertura do polo de Oeiras, passam a cinco o número de concelhos no país para onde a Altice deslocalizou os laboratórios da Altice Labs: além de Aveiro, sede nacional e internacional, a lista inclui Madeira, Viseu, Olhão, e Açores. Os laboratórios da Altice Labs estão também associados a um conjunto de outras iniciativas junto dos municípios portugueses que vão desde a participação conjunta em projetos de investigação, passando por criação de hubs de inovação digital, até à criação de polos regionais, com vista a apoiar atividades de desenvolvimento económico e social locais.
A instalação numa nova localização faz parte da estratégia de descentralização dos laboratórios Altice que, em 2019, assumiram um conjunto de parcerias foram da sua sede em Abeiro, nomeadamente a criação do laboratório Cognitive Lab em Coimbra e o estabelecimento de protocolos de colaboração com os institutos politécnicos de Bragança, Guarda, Portalegre, Coimbra e a extensão do protocolo com Leiria à Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Também no ano passado foi assinado o protocolo de constituição do Living Lab da Indústria do Futuro na Marinha Grande.
Nova parceria na saúde
Além do anúncio do novo polo em Oeiras foi também tornado público hoje o acordo de colaboração entre a Altice Portugal, a Altice Labs e o Centro Cirúrgico de Coimbra "no sentido de identificar iniciativas e projetos que contribuam de forma positiva para o incremento das tecnologias de informação no ecossistema da saúde".
As quatro áreas de colaboração já identificadas são a análise e estudo de soluções tecnológicas de armazenamento seguro de dados de saúde tais como imagens, relatórios clínicos, entre outros, tendo em consideração infraestruturas disponíveis; a avaliação de soluções de backup e Disaster Recovery para a informação relacionada com registos médicos de consultas e diagnósticos; a avaliação de soluções de preservação de informação médica com valor científico; e a participação da Altice Labs em projetos liderados pelo Centro Cirúrgico com vista a automatizar processos de diagnóstico recorrendo entre outros a mecanismos de Inteligência Artificial, nomeadamente Aprendizagem Automática (Machine Learning).
A área de desenvolvimento de saúde na Altice Portugal, com expertise residente nos centros de I&D da Altice Labs é uma das áreas core no quadro da estratégia de inovação do grupo. Questionado sobre se no atual contexto de surto de um novo vírus, o Covid-19, com as necessidades decorrentes de projeção de impactos e cenarização para efeitos de planeamento do Serviço Nacional de Saúde, a Altice Labs a colaborar com a Direção Geral de Saúde, Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal, referiu que não existe para já "não houve nenhum pedido nesse sentido", sublinhando, no entanto, a disponibilidade do grupo caso tal venha a acontecer.
Altice Labs, uma história com sete décadas
A Altice Labs., hoje o centro de inovação, investigação e desenvolvimento do Grupo Altice, sucedeu à PT Inovação e herda uma história iniciada em 1950 quando se apostou em desenvolver em Portugal a tecnologia de telecomunicações mais avançada da altura: Centrais Telefónicas Analógicas Automáticas.
As atividades de inovação exploratória giram em torno de temas estratégicos, nomeadamente: Inteligência Artificial & Machine Learning, tecnologias Cloud (computação e rede), Smart Living, Internet das Coisas, Big Data, Segurança & Privacidade, Serviços Digitais & Plataformas, 5G e Redes do Futuro, incluindo o quadro de evolução ótica.
A proximidade às entidades do sistema científico tem sido uma das pedras de toque. Nos últimos 10 anos, foram financiados mais de 5.4 milhões de euros em projetos de I&D com universidades portuguesas na vertente de exploração tecnológica. São, em média, 540 mil euros por ano que canalizados para projetos com alunos de mestrado e doutoramento em áreas que antecipam a tecnologia futura. Alguns destes financiamentos deram origem a startups que hoje estão no mercado de alta tecnologia e são também parceiras da Altice.
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