As anãs castanhas são conhecidas como 'estrelas falhadas' dada a sua fraca luminosidade e por não conseguirem iniciar a fusão de hidrogénio no seu núcleo, como sucede com o Sol. A sua massa é superior à de um planeta, mas inferior à de uma estrela.
A equipa internacional de astrónomos, liderada por Koraljka Muzic, da Universidade de Lisboa, e Aleks Scholz, da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, estima que a Via Láctea tenha, pelo menos, 25 mil milhões a 100 mil milhões de anãs castanhas.
De acordo com o estudo, citado em comunicado pela Royal Astronomical Society, os números podem estar subestimados, uma vez que os astrónomos identificaram na pesquisa anãs castanhas de tamanho muito pequeno e com luminosidade muito fraca.
As anãs castanhas foram detetadas no aglomerado estelar "RCW 38", localizado a 5.500 anos-luz da Terra, na constelação Vela. A esta distância, estes corpos celestes têm uma luz ténue e são difíceis de identificar junto das estrelas mais brilhantes.
Para obter uma melhor imagem, o grupo de astrónomos usou uma câmara ótica adaptativa do Telescópio Muito Grande (Very Large Telescope, VLT), operado pelo Observatório Europeu do Sul, organização astronómica da qual Portugal faz parte.
No final, combinou os resultados de um total de três horas de observação com os de um estudo anterior, que incluiu dados sobre um outro aglomerado estelar, o "NGC 1333", a mil anos-luz da Terra, na constelação Perseu.
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