"Dando cumprimento ao acordo celebrado com o Web Summit, o Governo mantém-se assim empenhado na realização do evento, nesta e nas próximas edições, e tudo fará para que a iniciativa decorra como o previsto", refere um comunicado do Ministério da Economia e do Mar, hoje divulgado.

O comunicado surge após acontecimentos que rodearam o líder da Web Summit, Paddy Cosgrave, que se demitiu do cargo depois de várias empresas cancelarem a participação no evento, em Lisboa, na sequência de afirmações que fez sobre Israel.

O ministério liderado por António Costa Silva refere ter encetado, na semana passada, "um conjunto de diligências com os diferentes 'stakeholders' do evento, para avaliar a situação e assegurar que continuam a existir as condições necessárias" para a edição de 2023.

As informações recolhidas até ao momento nesses contactos, adianta a mesma informação "dão garantias ao Governo de que o Web Summit, que se reveste de enorme importância para o País, tem condições para decorrer com normalidade".

Sublinhando o "forte impacto" que o evento tem na economia local, o Ministério da Economia salienta que a Web Summit "tem hoje um papel fundamental no contexto da inovação e do desenvolvimento tecnológico do país, e na respetiva transformação digital da economia portuguesa".

"Esta edição, como todas as outras, terá como principal foco o universo das 'startups', a quem o evento traz oportunidades únicas de desenvolvimento e aprendizagem", refere o comunicado.

A Web Summit vai decorrer em Lisboa de 13 a 16 de novembro, sendo esperadas 2.600 'startups' e cerca de 70 mil participantes.

Além de garantir a manutenção do empenho do Governo no evento nesta edição e nas próximas, o comunicado garante que o executivo "tudo fará para que a iniciativa decorra como o previsto, em particular na mobilização das 'startups'".

Após ter sido noticiada a saída de Paddy Cosgrave, os organizadores anunciaram que vai ser nomeado um novo CEO (presidente executivo) o mais depressa possível e o evento decorrerá de acordo com o previsto.

No anúncio da renúncia, Paddy Cosgrave afirmou: "Infelizmente, os meus comentários pessoais tornaram-se uma distração do evento" e pediu "sinceras desculpas por qualquer mágoa que tenha causado".

Paddy Cosgrave escreveu em 13 de outubro na rede social X (antigo Twitter) uma publicação que deu origem a várias críticas.

"Estou impressionado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com a exceção particular do Governo da Irlanda, pela primeira vez estão a fazer a coisa certa. Os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados e devem ser denunciados pelo que são", disse, na altura, Paddy Cosgrave em alusão conflito entre Israel e o Hamas.

Entre as empresas que anunciaram o cancelamento estão a Amazon, Meta, Google, Intel, Siemens e investidores israelitas.

Entretanto, a Web Summit disse que vai contar com "mais de 300 parceiros", alguns dos quais que estavam a ponderar a presença "e reverteram a sua decisão", afirmou na segunda-feira à Lusa fonte oficial sem avançar nomes.