Qual é a história de "Trump on Show"? Tudo começa com a entrada da família Trump na Casa Branca, em 2017 e com Ivanka, a filha mais velha de Trump, a descobrir uma mala onde está escrito “1972, China”. Lá dentro está um pequeno livro - literalmente o pequeno livro vermelho de Mao Tse Tung escreveu as suas ideias sobre a Revolução Cultural.
A partir daí a história desenrola-se incluindo uma viagem hipotética de Donald Trump ao passado, mais precisamente a 1972, onde se encontra com Mao Tse Tung e com Zhou Enlai, o primeiro primeiro-ministro chinês. Qualquer semelhança com a realidade é, isso mesmo, uma semelhança, sobretudo num momento de tensão nas relações entre os dois países. Mas o autor da ópera não deixa de recordar, em entrevista ao Quartz, que em 1972 houve mesmo um presidente - Nixon - que visitou a China.
O maior trunfo desta ópera pode mesmo ser o seu autor. Li Kui-ming foi jornalista de economia em Hong Kong antes de optar por se dedicar ao cinema. É também um mestre de feng shui, um curioso na pesquisa do oculto e já produziu vários filmes e séries a procurar explicações para o sobrenatural. Faz previsões em televisão e tem a convicção que a Casa Branca é um dos “locais mais assombrado na Terra”.
Na ópera “Trump on Show” garante que não incluiu elementos do sobrenatural mas encontrou algumas analogias. Como, por exemplo, o facto de as idades 72 e 84 anos serem dos maiores pontos de viragem na vida. Porquê? Segundo a explicação transcrita pelo Quartz, na cultura chinesa a idade de 60 anos representa a conclusão de um ciclo completo de vida, o que significa que quem a viveu já experimentou todas as combinações dos 12 signos do zodíaco e dos cinco elementos. 72 anos é a primeira idade depois do primeiro ciclo (que são agrupados de 12 em 12 anos) e 84 a segunda. Segundo Li, uma pessoa que mantenha energia e vitalidade aos 72 anos terá a ambição de fazer algo de grandioso.
Ora, Donald Trump fez 72 anos em 2018 e Mao Tse Tung iniciou a revolução Cultural quando tinha 72 anos, explica o autor da ópera.
A ópera cantonesa tornou-se popular no sul da China no século XVI e é uma mistura de canto, representação, acrobacia e artes marciais. O cinema e a televisão desviaram a atenção de muitos espetadores e intérpretes, nomeadamente entre os mais jovens, mas nas últimas décadas tem sido feito um esforço pelas autoridades para a sua recuperação e manutenção.
Talvez este “Trump on Show” ajude. Li, por seu lado, quer levar-lo até Trump um dia. “Sei que dará uma boa gargalhada, afirma.
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