“Meet Vincent van Gogh” é uma produção do Vincent van Gogh Museum, em Amesterdão, que desafia o público a “experienciar uma viagem através” da vida do pintor, com uma exposição que apresenta replicas dos seus quadros, recria ao vivo alguns dos espaços fundamentais na vida do artista, como a casa amarela ou o quarto em Arles, reproduz sons e cheiros relacionados com episódios da sua vida e convida as pessoas a tocarem, usarem, mexerem, experimentarem, desenharem ou pintarem, razão por que o mote é “Por favor, toque”.
Ocupando o recinto do Terreiro das Missas, em Belém, a exposição “Meet Vincent van Gogh” é apresentada como um conceito inovador, “uma “experiência em torno da arte, mas, sobretudo, da história de vida de um homem que se tornou um génio ou o maior artista que melhor conhecemos hoje”, explicou Arnold van de Water, diretor-geral da equipa responsável.
Não se trata apenas de ver e conhecer o que Van Gogh criou, mas, também, de conhecer em detalhe a sua vida, que é relatada através de um audioguia, que é parte integrante da experiência.
Segundo Paulo Dias, diretor-geral da UAU Produtora, que organizou a exposição em Lisboa em parceria com o Museu Van Gogh, a experiência desta iniciativa passa mesmo pelo audioguia, que foi feito para adultos e crianças, com um tipo de linguagem diferente para cada um deles.
Além disso, permite que o visitante caminhe despreocupadamente pela exposição com o audioguia no bolso, que vai contando a história do artista consoante se vai andando.
“Se a pessoa quiser parar para e quando continua o audioguia acompanha, o que faz com que a exposição não seja tão cansativa”, sublinhou.
Sobre o itinerário a percorrer, Arnold van de Water explicou que, “em seis galerias, o visitante fará a mesma viagem de vida que Vincent van Gogh fez há mais de 130 anos”.
“O que apresentamos aqui não é uma exposição de ‘fine art’, que se vê num típico museu. É uma experiência sobre a história biográfica, sobre conhecer o homem por detrás do artista, em vez de ser apenas um quadro numa parede”, acrescentou.
Além disso, podem fazer-se “desenhos nas secretárias de Van Gogh, sentar na cama de Van Gogh, tocar num quadro, que é o mote da exposição, ‘please touch’”, porque tudo são apenas réplicas, disse Paulo Dias.
Uma das principais vantagens será para as pessoas invisuais, assinalou Paulo Dias, na medida em que “podem ter acesso a uma série de coisas que nunca tiveram, como tocar num quadro e ter sensibilidade do que é uma obra de arte desta dimensão”, porque são “réplicas de museu, com qualidade igual à original”.
Esta experiência imersiva foi criada pelo Museu Van Gogh destinada desde início a internacionalizar-se e levar além-fronteiras a vida e obra de um artista que muita gente não teria outra forma de conhecer, disse Paulo Dias, sublinhando que, além disso, o próprio museu não teria capacidade física para acolher esta mostra.
Para o sobrinho-bisneto de Vincent van Gogh, Willem Van Gogh, presente hoje na inauguração da exposição, esta experiência é “uma forma de fazer a arte e a vida de Van Gogh acessível a muitas pessoas”.
Depois de ter passado por Pequim, Barcelona e Seul, chegou a Londres e agora a Lisboa, onde ficará patente até dia 31 de maio.
Willem Van Gogh nota que “Meet Vincent van Gogh” estreou-se em Londres há cerca de três semanas e “tem sido um grande sucesso”, como acredita que “vai ser aqui em Lisboa”.
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