A FIL de Guadalajara, um dos maiores eventos literários e a segunda maior feira do livro do mundo a seguir à de Frankfurt, na Alemanha, tem este ano Espanha como país convidado de honra, mas mantém a tradição da participação de Portugal, com a presença daqueles autores em dois dos principais programas da feira, de acordo com a Direção-Geral do Livro dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB)
Ana Margarida de Carvalho participará no Festival de Literatura Europeia, “reforçando a ligação entre a literatura portuguesa e o público internacional”, destaca a DGLAB.
A escritora portuguesa, autora de “Que Importa a Fúria do Mar” e “Não Se Pode Morar nos Olhos de Um Gato”, representará Portugal no Festival de Letras Europeias no dia 2 de dezembro, entre as 19:00 e as 20:50, num painel composto pelas escritoras romena Ioana Pârvulescu e espanhola Dolores Redondo, e pelo poeta polaco Tomasz Rózycki, moderado pela leitora do Camões I.P. Cláudia Gavinho Burrows, especifica o instituto, na sua página.
Já o ilustrador Mantraste marcará presença na FILustra, um espaço onde os talentos da ilustração se encontram para partilhar experiências e inspirar novas criações.
O painel em que este autor participa intitula-se “Ilustrar a cidade, ilustrar o rural” e contará com a participação das ilustradoras espanholas Violeta Lopiz e Maite Caballero, e do ilustrador belga Brench Evens, numa sessão que terá lugar no dia 1 de dezembro, entre as 11:15 e as 12:30.
“A presença portuguesa nestes programas reflete o contínuo esforço do país em divulgar a sua literatura”, sublinha a DGLAB, que apoia a participação dos dois autores.
Em particular, o apoio habitual à participação na FILustra demonstra “o empenho em valorizar o papel dos ilustradores nacionais”, acrescenta.
Nesta 38.ª edição da feira do livro de Guadalajara, será entregue o Prémio FIL de Literaturas em Línguas Românicas 2024 ao escritor moçambicano Mia Couto, como foi anunciado em setembro.
Esta é a primeira vez que um autor africano ganha este galardão, tendo a decisão sido tomada por unanimidade de um júri composto por reconhecidos escritores e investigadores literários.
Os elementos do júri quiseram com esta distinção reconhecer a “inovação linguística” de “uma obra literária notável que integra a crónica, o conto e a novela”.
O prémio será entregue na sessão inaugural e o autor participará ainda num conjunto de atividades que incluem encontros com o público e sessões de autógrafos, indica o instituto Camões.
Mia Couto é o quinto autor de língua portuguesa a ganhar o Prémio FIL, depois de Nélida Piñón (1995), Rubem Fonseca (2003), António Lobo Antunes (2008) e Lídia Jorge (2020).
Segundo o instituto Camões, Ana Margarida de Carvalho e Mia Couto vão viajar também para Morélia e para a Cidade do México, onde participarão em eventos literários organizados pelos Centros de Língua Portuguesa do Camões na Universidad de América Latina (UNLA) e na Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), em colaboração com a Embaixada de Portugal no México.
A Feira Internacional do Livro de Guadalajara é reconhecida não apenas pela sua dimensão e impacto cultural, mas também como uma plataforma crucial para autores, ilustradores e editoras ampliarem a sua projeção internacional.
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