Como se sentia se ganhasse metade daquilo que os seus colegas recebem a fazer o mesmo trabalho? As atrizes Mayim Bialik e Melissa Rauch, da série norte-americana "A Teoria do Big Bang" recebem cerca de um quinto daquilo que os restantes membros do elenco auferem.

Face à renovação da série por mais duas temporadas, Jim Parsons (Sheldon), Johnny Galecki (Leonard), Kaley Cuoco (Penny), Simon Helberg (Howard) e Kunal Nayyar (Raj) aceitaram reduzir os seus salários para o das suas colegas Melissa Rauch (Bernadette) e Mayim Bialik (Amy) pudessem ser aumentados.

Várias fontes, citadas pela revista americana ‘Variety’, dizem que os cinco atores do elenco original da série - Jim Parsons, Johnny Galecki, Kaley Cuoco, Kunal Nayyar e Simon Helberg - vão ter um pequeno corte de 100 mil dólares nos respetivos salários para que as colegas Mayim Bialik e Melissa Rauch possam receber um valor mais próximo daquilo eles ganham.

Todavia, o pequeno corte é realmente pequeno. E o salário das duas atrizes vai continuar a ser metade daquilo que os outros cinco colegas recebem. Se até agora Bialik e Rauch, com papéis secundários, recebiam 200 mil dólares (cerca de 190 mil euros) por episódio, nas próximas duas temporadas de a “A Teoria do Big Bang”, onde contam com papéis mais importantes, podem passar a receber cerca de 450 mil dólares, ou qualquer coisa como 426 mil euros por episódio.

A dimensão dos números pode parecer exagerada se pensarmos que cada episódio da série ronda os vinte minutos. Porém, se compararmos estes 450 mil dólares que as atrizes podem vir a receber com aquilo que até agora recebiam os cinco atores, as coisas ganham uma nova perspetiva.

É que, por cada episódio, Parsons, Galecki, Cuoco, Nayyar e Helberg recebiam 1 milhão de dólares (quase 948 mil euros) por episódio. Ao dispensar 100 mil dólares, os atores contribuem com 500 mil para o salário das duas atrizes - continuando a receber uns confortáveis 900 mil dólares.

Ainda assim, a ‘Variety’ diz que este é um “gesto extraordinário”, que mostra a “grande camaradagem” da equipa da série, um dos segredos para o sucesso de “A Teoria do Big Bang".

No último ciclo de renovação dos contratos com os atores, Simon Helberg e Kunal Nayyar passaram a auferir um salário com sete algarismos. Porém, a realidade da Warner Bros. Tv, cuja casa mãe está mergulhada numa fusão com a também americana AT&T, torna as negociações dos salários das duas atrizes mais complicada. Com papéis tão importantes para a série como os dos seus colegas do elenco original, as atrizes estão ainda longe de ver o seu trabalho recompensado com a mesma remuneração.

A introdução das duas personagens protagonizadas pelas atrizes marcou um momento de viragem para a série, que no final da sua terceira temporada estava a ter alguns problemas ao nível criativo e de sustentabilidade para o futuro. A decisão de criar uma relação emocional para Sheldon e de dar a Howard uma namorada, acabou por enriquecer a série e de permitir que os criadores e argumentistas tivessem mais ferramentas para criar diferentes storylines. Da quarta temporada para a temporada atual, a média de audiência nos E.U.A aumentou de 13 milhões de espectadores para 19 milhões, o que é uma tendência contrária à regra, em que as séries que se tendem a prolongar vão perdendo espectadores.

Apesar da renovação, a CBS (canal onde é transmitida) já está a trabalhar num spinoff onde o foco será na vida de Sheldon enquanto jovem criança. Ainda não existem muitas informações quanto ao piloto e de quando será estreado, mas é certo que o canal americano não pretende abdicar para já do nome, da história e da fama de Sheldon Cooper de "A Teoria do Big Bang".

A série, transmitida em Portugal pela RTP2 e no AXN White, foi uma dos impulsionadoras do movimento geek. Começou com dois amigos nerds e colegas de casa a bater à porta da sua vizinha e tem tido a habilidade de se manter atual e ser uma das séries que há mais tempo (10 temporadas) é transmitida na televisão americana.

[Notícia atualizada às 20h02]