Os Dias da Música acontecem nos dias 17 e 18 de abril e entre 23 e 26 do mesmo mês, abrindo com a apresentação da coreografia “Neuf” pela Cas Public & Kopergietery, uma plataforma criativa canadiana, cujo um dos bailarinos, tal como Beethoven, sofre de uma deficiência auditiva. A coreografia é de Hélène Blackbur.
Da parte do CCB, André Cunha Leal disse que a programação, sem ser exaustiva, procura apresentar “grande parte” da obra do compositor alemão, da música de câmara à sinfónica e a sua única ópera “Fidélio”, que será dirigida, no grande auditório, pela maestrina Joana Carneiro.
A ópera “Fidélio” é apresentada no dia 24, segundo a última versão do compositor, de 1814, com interpretação do Coro do Teatro Nacional de S. Carlos, pela atriz Leonor Seixas e pelos cantores líricos InGela Brinberg, Stephen Gould, Sandra Medeiros, Marcos Alves Santos, Sebastian Holecek, Luís Rodrigues, Nikolay Didenko, Carlos Monteiro e João Merino.
Cunha Leal destacou a apresentação do Concerto de 1808, pela Orquestra de Câmara de Viena, sob a direção de Bruno Borralhinho, sendo solista a soprano Camila Nylund.
Este foi um concerto beneficente para Ludwig van Beethoven realizado em dezembro de 1808, no Theater an der Wien, em Viena, que apresentou as estreias da 5.ª e 6.ª Sinfonias e do 4.º Concerto para Piano e da Fantasia Coral.
No CCB, além da soprano finlandesa e da orquestra vienense, participa também o Coro Participativo dos Dias da Música, sob a direção de Filipa Palhares, uma das novidades da edição deste ano. O coro é formado por coralistas amadores e outros inscritos.
A soprano Rita Marques e a meio-soprano Cátia Moreso, o barítono André Henriques, os tenores Luís Gomes e Frederico Nobre Projeto são outros participantes neste concerto.
Cunha Leal realçou a interpretação do rondó para piano e orquestra, “peça raramente apresentada, disse.
Além de peças de Beethoven, a programação prevê a estreia de obras de Alfredo Teixeira e Nuno Rocha para coro e eletroacústica, pelo Coro Juvenil do Instituto Gregoriano de Lisboa.
Da programação faz ainda parte “Canções de Diversas Nacionalidades”, que Beethoven escutou, entre elas uma portuguesa e outra atribuída a Portugal, mas em castelhano. Estas canções foram abordadas por Daniel Bernardes, que disse hoje ter trabalhado as canções a partir da sua memória, improvisando ao piano. Estas canções são apresentadas também no dia 26 à tarde, pelo Coro Ricercare acompanhado ao piano por Bernardes.
O cartaz dos Dias da Música conta, entre outros, com os pianistas Miguel Borges Coelho, que no dia 25 interpreta a Sonata n.º 3 e “Bagatelas”, António Rosado que no mesmo dia toca as sonatas para piano n.º 07 e 15 e, no dia seguinte, as sonatas n.º 24 e 30, e do DSCH – Schostakovich Ensemble que no dia 25 toca os trios com piano “os Espíritos do Arquiduque” com o violoncelista Adrian Brendel e o violinista Tedi Papavrami.
No dia 24, a Orquestra do Festival, sob a direção do maestro Cesário Costa e sendo solista a soprano Alexandra Bernardo, interpreta “Egmont”.
Cunha Leal realçou as ‘masterclasses’ previstas que permitem “ao público contactar e perceber o trabalho dos artistas sem os trajos de cena”.
A orientar as ‘masterclasses’ vão estar Stephen Gould (voz), Camila Nylund (voz), Pavel Gomziakov (violoncelo), Artur Pizarro (piano), Tatiana Samouil (violino) e Andrei Korobeininkov (piano).
Na edição deste ano, o público é convidado a “aprender a cantar o Hino à Alegria” e, no final do certame, um coro por si formado, sob a direção da maestrina Inês Raspadinho, interpreta esta peça na sala Maria Helena Vieira da Silva, no CCB.
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