“Não temos 100% de certezas, mas temos uma série de indicações que indicam para uma série de árvores e espécies que Aristides de Sousa Mendes trazia dos locais onde trabalhou e o objetivo é tentar traduzir à época aquilo que era a área exterior da casa, com as espécies arbóreas que tinha”, afirmou o presidente da Câmara de Carregal do Sal, Paulo Catalino Ferraz.
Em declarações à agência Lusa, o autarca adiantou que os arranjos exteriores que decorrem na Casa do Passal, futuro Museu de Aristides de Sousa Mendes, a ser inaugurado no dia 19 de julho, envolvem um investimento de 630.000 euros.
“São cerca de dois hectares, o equivalente a dois campos de futebol, que contam com centenas de espécies, algumas já lá estão e outras ainda vão ser plantadas. Gostaríamos de ter algumas mais crescidas para a altura da inauguração do museu, mas os viveiros não têm árvores de grande porte”, acrescentou.
Para concretizar o trabalho de “recuperação de todo o espaço arbóreo”, Paulo Catalino Ferraz pediu “apoio ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), até pelo acesso que tem a uma série de viveiros e à mata do Buçaco”.
“Por isso é que estamos a trabalhar com o ICNF para tentar encontrar soluções, de modo a ter algumas pequenas, que, ao longo dos anos, hão de crescer, mas para termos também nas próximas semanas algumas que tivessem já alguma dimensão”, justificou.
Isto, no sentido de “tentar arranjar algumas espécies que, supostamente, faziam parte daquela casa, porque do tempo de Aristides [de Sousa Mendes] não ficou árvore nenhuma, acabaram por morrer”.
“O espaço estava abandonado. O que existia, infelizmente, estava completamente morto e sabemos que tinha várias espécies que trazia, segundo nos disse a família, das cidades onde trabalhou”, referiu o autarca.
A título de exemplo, Paulo Catalino Ferraz disse que vai ser plantada “uma rosa alcária à semelhança do que existia antes, já que Aristides [de Sousa Mendes] tinha uma que trouxe de Curitiba (Brasil) onde a planta é típica”.
O município fez acordos com cidades como Bordéus (França), Curitiba (Brasil) e Antuérpia (Bélgica), onde “é assumido de que, de Carregal do Sal vão algumas espécies e eles trarão também para plantar no jardim” da Casa do Passal, revelou.
“Sabemos que será difícil, mas queremos tornar o jardim o mais real possível ao tempo em que [o cônsul] lá viveu. Estamos a trabalhar com várias cidades para tentar ao máximo concretizar” o objetivo, reforçou o presidente da Câmara de Carregal do Sal, no distrito de Viseu.
O jardim será “também uma memória do trabalho e vida” de Aristides de Sousa Mendes e, para que “seja um espaço de fruição pública terá um pequeno bar, um anfiteatro e camarins de apoio”, acrescentou.
“Queremos devolver vida ao espaço e torná-lo vivo, tornar o espaço uma memória viva do que já foi quando Aristides [de Sousa Mendes] ali viveu e por isso também queremos que tenha dinâmica cultural, com concertos, por exemplo, e que seja aproveitado, não só por quem vai ao museu”, justificou Paulo Catalino Ferraz.
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