Em Roma, a peça tem apresentações agendadas até quinta-feira, como consta nos ‘sites’ do Teatro Nacional D. Maria II e do Teatro Argentina di Roma.
“Obrigado a Giorgio Barberio Corsetti e Francesca Corona e toda a equipa do Teatro di Roma pelo acolhimento tantas vezes adiado por causa da pandemia”, escreve o encenador Tiago Rodrigues, autor da peça, na sua página no Facebook, acrescentando “é uma felicidade recomeçar esta aventura na cidade eterna”.
De dia 22 a dia 24, a peça regressará a Portugal, sendo apresentada na Casa da Cultura de Ílhavo, voltando a Itália, nos dias 28 e 29, para representações no Teatro Storchi – Emília Romagna Teatro Fondazione, em Modena, de acordo com os ‘sites’ do D. Maria II e do Teatro Storchi.
Em 07 de maio, “Catarina e a beleza de matar fascistas” subirá ao palco do Cine Teatro Louletano (Loulé) e, de 25 de junho a 02 de julho, estará no Teatro Nacional S. João, no Porto. De 06 a 10 de julho, a peça regressa ao palco da Sala Garrett, em Lisboa, com espetáculos já quase esgotados.
No D. Maria II, e de acordo com o ‘site’ do teatro, o evento é organizado no âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França 2022.
Bergen, Paris, Caen, Cherbourg, Amiens, Liège, Toulouse e Barcelona são, segundo Tiago Rodrigues, outras das cidades onde a peça também será representada, escreve no Facebook, sem mencionar datas.
Até ao momento, no ‘site’ do D. Maria II, também não constam datas para as ciades referidos pelo ex-diretor artístico deste teatro.
Estreada em setembro de 2020, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, “Catarina e a beleza de matar fascistas” seguiu depois em digressão internacional e, em 09 e 10 de dezembro, esteve no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e, em abril de 2021, subiu ao palco principal do D. Maria II, coincidindo com a reabertura de portas dos teatros, após o segundo confinamento devido à pandemia de covid-19, que começara em 15 de janeiro.
Com texto publicado em francês, a peça fala de uma família que tem por tradição matar fascistas.
Numa casa de campo, no sul de Portugal, os seus elementos reúnem-se para que o seu elemento mais jovem, Catarina, possa iniciar-se no ritual, matando o primeiro fascista que fora raptado de propósito.
No dia previsto, precipita-se um conflito familiar, pois Catarina revela-se incapaz de matar, recusando-se a ser iniciada no ritual.
“Catarina e a beleza de matar fascistas” ficciona aquilo que poderá ser Portugal em 2028, governado pela extrema-direita, como a ação deixa depreender.
A peça termina mesmo com um longo discurso de um membro de um partido então no poder, oito anos antes tinha apenas um deputado, mas que, entretanto, consegue chegar aos 117, alcançando maioria absoluta. Um partido que fala numa nova República, numa nova Constituição e em mais de meio século de um país “governado por bandidos” e que, já no poder, passa a criticar “as minorias que não respeitam as maiorias”.
“É uma peça que nos coloca num contexto imaginário, ficcionado, para pensarmos sobre as nossas vidas e sobre o que poderá ser o futuro se não tivermos cuidado e não refletirmos e agirmos no presente”, referiu Tiago Rodrigues à Lusa, quando da estreia em Guimarães.
Para o encenador e diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, trata-se de uma “abordagem muito clara à ameaça da ascensão de populismos de extrema-direita, de tendência fascista, para não lhe chamar efetivamente fascistas”.
Com texto e encenação Tiago Rodrigues, “Catarina e a beleza de matar fascistas” conta agora com interpretações de António Fonseca, Beatriz Maia, Carolina Passos-Sousa, Isabel Abreu, Marco Mendonça, Pedro Gil, Romeu Costa, Rui M. Silva, como indica o ‘site’ do teatro.
A cenografia é de F. Ribeiro, os figurinos de José António Tenente e o desenho de luz de Nuno Meira.
Tem sonoplastia, desenho de som e música original de Pedro Costa, ‘coralidade’ e arranjos vocais de João Henriques, ‘voz off’ de Cláudio Castro, Nadezhda Bocharova, Paula Mora e Pedro Moldão.
O apoio ao movimento é de Sofia Dias e de Vítor Roriz, o apoio em luta e armas David Chan Cordeiro e, a assistência de encenação, de Margarida Bak Gordon, a direção de cena de Carlos Freitas e, no ponto, está Cristina Vidal.
“Catarina e a beleza de matar fascistas” é uma produção do TNDMII com coprodução vários teatros e estruturas teatrais portuguesas e estrangeiras.
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