Divulgar o trabalho dos investigadores e desmistificar a imagem distante que o cidadão comum tem dos cientistas são alguns dos objetivos desta iniciativa anual, promovida pela Comissão Europeia no âmbito das Ações Marie Curie, que, em 2005 levou pela primeira vez a ciência às ruas europeias.
Em Portugal, a produção científica celebra-se este ano em mais de uma dezena de distritos, com atividades, promovidas por várias instituições de investigação e museus, que percorrem as mais diversas áreas, desde a matemática às ciências sociais, passando também pela química ou as novas tecnologias.
“Ciência no dia-a-dia” volta a ser o tema das propostas do consórcio SCILIFE Science in Everyday Life, coordenado pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência que, à semelhança do ano passado, pretende mostrar ao público o quanto a ciência influencia o modo de vida das pessoas.
Num programa de seis horas, que vai desde as 18:00 às 24:00, o Museu oferece mais de uma centena de atividades, de participação gratuita, como pequenos desafios que mostram a utilidade da matemática no dia-a-dia, experimentações de cozinha molecular ou robots capazes de comunicar com abelhas e peixes.
Celma Padamo, responsável de comunicação do SCILIFE, explica que a edição deste ano tem 70 novas propostas e destaca, no programa de Lisboa, o Coding Fest, “uma plataforma da Faculdade de Ciências e Tecnologia que oferece aos participantes a oportunidade de aprender a construir pequenos programas informáticos”.
No Porto, uma das novidades é a presença de alunos do ensino secundário de duas escolas, “mini-investigadores que vão partilhar os resultados do trabalho que desenvolveram ao longo do ano letivo”, disse à Lusa Maria João Fonseca, diretora de comunicação e administração do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.
O programa, para toda a família, inclui também a preparação de insetos para coleção científica e exposição, a demonstração de narizes eletrónicos que conseguem cheirar os aromas do dia-a-dia e atividades que combinam a magia e a matemática.
Para os mais velhos, estão agendados diferentes “cafés de ciência”, onde se vão discutir temas, como as desigualdades em Portugal e na Europa. José Pedro Dias, diretor do Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, destaca ainda o debate sobre ética, cidadania e economia, moderado por Alexandre Quintanilha.
O Pavilhão do Conhecimento junta-se às celebrações e vai reunir também cientistas e cidadãos, pelo quinto ano consecutivo, numa iniciativa que se prolonga até às 02:00 e que tem o futuro como cenário, convidando a descobrir de que forma a ciência poderá influenciar a vida das pessoas nas próximas décadas.
Algumas das atividades programadas incluem a participação em exercícios de preparação para missões espaciais, a criação de uma cidade sustentável, a apresentação do primeiro modelo de corações fabricados à medida, a exploração dos planetas através de dispositivos de realidade virtual, e até demonstrações de culinária.
Além do Pavilhão do Conhecimento, a Agência Ciência Viva preparou atividades para outros 23 pontos do país, no mesmo dia e à mesma hora.
Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal, Coimbra, Aveiro, Bragança, Évora, Braga, Faro, Castelo Branco e Açores são alguns dos distritos e regiões que aderiram à "Noite europeia dos investigadores", uma iniciativa celebrada à escala europeia em mais de 300 cidades.
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