“Uma longa-metragem cénica” ou “uma dança-cinema para cinco bailarinos e um operador de câmara” é, como o programa da 35.ª edição do Festival define o espetáculo, a interpretar pelos cinco bailarinos da companhia criada em 1986, pela coréografa contemporânea belga Michèle Noiret, que se formou com Maurice Béjart.
O espetáculo centra-se num casal que é convidado para jantar num bairro ‘chique’. Um jantar que acaba por não acontecer, já que mordomo e convidado acabam por se reconhecer, inviabilizando a refeição.
Mergulha-se, assim, num ambiente de mistério, angústia e violência, num espetáculo em que quase sempre o que está “fora de campo” complementa o que se vê em cena, refere o programa.
Em digressão desde 2013, “Fora de campo” foi considerado “um trabalho coreográfico notável”, pelo Libération, e “de uma eficácia fascinante”, pela revista Le Nouvel Observateur (L’Obs).
Ainda na dança, a Companhia Nacional de Bailado apresenta, na sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, “A tecedura do caos”, um trabalho com direção e coreografia de Tânia Carvalho, que repete a apresentação no sábado.
“Carmen”, no Teatro da Trindade, “Nada de Mim”, no Teatro da Politécnica, e “Colónia Penal”, no Teatro do Bairro, — todos em Lisboa – são também propostas do 10.º dia da 35.ª edição do Festival.
Nas atividades paralelas ao certame, destaca-se a participação de António Pires, encenador de “Colónia Penal”, e de Luís Lima Barreto e Fátima Pereira — tradutores do texto inédito e inacabado de Jean Genet -, nos Colóquios da Esplanada, na Escola D. António Costa, em Almada.
Vinte e quatro produções, nove das quais portuguesas e 15 estrangeiras, 11 concertos de entrada livre e quatro espetáculos de rua constam da edição deste ano do Festival de Almada, a decorrer até dia 18, em vários espaços da cidade de Almada em algumas salas de Lisboa.
Esta edição tem a programação “possível”, nas palavras do diretor do Festival e da Companhia de Teatro de Almada (CTA), organizadora do certame, num ano em que o apoio atribuído pela Direção-Geral das Artes (DGArtes), que inclui a verba para a companhia e para a produção do Festival, sofreu “um corte de 25% do total”, frisou.
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