Quando se pensa em São João, é talvez a imagem das celebrações a Norte que automaticamente vem à memória. E há razões para isso. As festas espalham-se por toda a cidade Invicta e fazem-se daqueles que a habitam e dos que, por esses dias, a escolhem para viver. 

E no Porto não vão faltar os manjericos, os alhos-porros, as sardinhas, os martelinhos e as cascatas sanjoaninas. Nem música. Pelos Aliados vão passar nomes como Jorge Palma, a 22 de junho, Marta Pereira da Costa, Gospel Collective, Bezegol e João Gil, acompanhado por Ala dos Namorados, Ana Bacalhau, Carlão, João Pedro Pais e Tim, de 23 para 24.

Na Ribeira, o fogo de artifício volta a iluminar o céu na noite de 23. Este ano serão quase 20 minutos de espetáculo e mais de 150 mil disparos pirotécnicos, lançados desde a ponte Luiz I e de várias plataformas no rio Douro. 

Fora dos circuitos mais tradicionais, há também várias propostas a considerar, como o Mega Arraial que o Terceiro Piso volta a organizar na Casa das Artes, a 22 e 23 de junho, de entrada livre.

De referir também as Rusgas de São João a partir da 18:00 de 22 de junho. Segundo o município, o desfile volta a estar concentrado na Avenida do Aliados, mantendo-se a Praça do General Humberto Delgado como local da exibição final perante o júri, a quem cabe pontuar as sete formações a concurso num total de mais de 1.200 figurantes.

Aguentem os corpos que dias não são dias e as festividades não terminam pela madrugada de 24. No feriado, a partir das 17h00, a Banda Sinfónica Portuguesa regressa Casa da Música para o Concerto de São João, com o maestro Francisco Ferreira como diretor musical e o trompetista Rubén Simeó como solista. No rio Douro, a partir das 16h00, tem lugar a tradicional regata de barcos rabelos. Organizada pela Confraria do Vinho do Porto, que junta este ano 18 embarcações num percurso desde o Cabedelo até à ponte Luiz I.

Apesar do destaque dado às celebrações no Porto, o São João não se festeja com pompa e circunstância apenas dos Aliados à Foz. Aliás, são trinta e quatro concelhos portugueses os que têm como feriado municipal o dia de São João, 24 de junho, mais do que todas as terras que comemoram São Pedro (17 municípios) e Santo António (14).

“A maior festa dos Açores”

A meio do Atlântico, aquela a que muitos chamam de “a maior festa dos Açores”, tem outro sotaque.

Em Angra do Heroísmo, as festas Sanjoaninas duram dez dias, de 21 a 30 de junho, com marchas populares, desfiles, tauromaquia, eventos desportivos (como a incontornável Angra Bay Cup, com mais de 20 anos de história, que sai da baía e contorna os Ilhéus das Cabras), artesanato, exposições, gastronomia e música. Muita música, para todos os gostos e idades.

David Carreira é o primeiro a pisar o palco principal das festas no dia 21 de junho, seguindo-se, no dia 22, os Gispy Kings, com Andre Reyes, banda de França, muito popular na década de 1980, pelas suas músicas de rumba flamenca. 

Na véspera e no dia de São João passam pelo recinto do Bailão apenas DJs, mas no dia 25 atuam os Quatro e Meia e no dia 26 os Anjos. A 27 de junho, o funk domina o palco principal das Sanjoaninas com o cantor brasileiro Nego de Borel, seguindo-se o fado de Ana Moura, no dia 28, e o hip hop de Jimmy P, no dia 29. Na tarde do dia 28, haverá ainda um espetáculo destinado aos mais novos com “O Mundo de Sara”. A programação do palco principal foi concessionada a um privado e terá entradas pagas, com ingressos diários a 15 euros e pulseira semanal a 30. As festas terão outros três palcos com entrada gratuita.

O desfile de abertura tem lugar hoje, 21 de junho, pelas 22h00 e passa pelo Alto das Covas, Rua da Sé, Rua de São João, Rua dos Minhas Terras, Rua Direita e termina na Praça Velha. Este ano, as festas têm como tema “Angra, regalo do rei e da gente”, numa alusão ao exílio do rei Afonso VI, na ilha Terceira, de junho de 1669 a agosto de 1674. Assim, o séquito real sai à rua para falar do passado de Angra e celebrar o presente.

Apelidado como “o vitorioso”, por ter vencido as guerras da Restauração e por ter assinado um tratado de paz com Espanha que garantiu a independência de Portugal, D. Afonso VI acabou por ser afastado do poder por alegada incapacidade de o exercer e de assegurar a continuidade da linhagem real. Entre 1669 e 1674, viveu exilado no Castelo de São João Baptista, em Angra (que na altura ainda não tinha o título de Heroísmo), proibido de contactar com príncipes estrangeiros e de sair do Monte Brasil, até que, na sequência de uma tentativa de golpe para recuperar o poder, foi encerrado no Palácio de Sintra, onde veio a falecer em 1983. Apesar de destituído de poder executivo, entregue ao irmão, manteve-se sempre como rei até morrer, sendo o primeiro, reconhecido como tal, a viver em Angra do Heroísmo.

Na noite de São João, antes dos saltos à fogueira, desfilam pelas principais ruas da cidade 24 marchas, mas a adesão é tanta que no dia seguinte outras nove marchas (cinco de crianças e quatro de adultos) fazem o mesmo percurso. Para além das marchas da ilha Terceira, participam seis marchas de outras ilhas do arquipélago (de São Miguel, Faial, São Jorge e Pico), uma da Madeira e outra de Viseu.

Os programas do São João a norte e insular estão disponíveis aqui e aqui.

Agora que já está a par das festividades rua fora, em cima de palco e mar ou rio adentro, acompanhe as histórias e as imagens que o SAPO24 lhe irá trazer daquela que muitos apelidam da noite mais longa do ano.

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