Num comunicado, divulgado na terça-feira, a Disney afirmou que repunha o acesso do jornal, depois de “produtivas discussões com a nova liderança” do jornal.

A Disney barrou o acesso de repórteres e críticos do Los Angeles Times às visualizações de imprensa, depois de o jornal ter publicado uma série de investigações sobre negócios da companhia com a cidade de Anaheim, Califórnia, onde se situa a Disneylândia.

A retirada da proibição pôs fim a um confronto entre aquele que é considerado o mais poderoso estúdio de Hollywood e os meios de comunicação que normalmente escrevem sobre os seus filmes.

“O Los Angeles Times fez a cobertura da Walt Disney desde a sua fundação, aqui em Los Angeles, em 1923″, afirmou o jornal, em comunicado. “Esperamos poder continuar a noticiar bem sobre a Disney no futuro”, acrescentou.

A medida punitiva da Disney contra o Los Angeles Times levou a que muitos meios recusassem avançar com a cobertura dos filmes daquele estúdio, incluindo o The New York Times, o Boston Golbe e o The A.V. Club.

Quatro associações de críticos de cinema anunciaram na terça-feira que iriam impedir os filmes da Disney de se classificarem para prémios.

A Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, o Círculo de Críticos de Cinema de Nova Iorque, a Sociedade de Críticos de Cinema de Boston e a Sociedade Nacional de Críticos de Cinema tomaram essa decisão em nome da liberdade de imprensa e para forçar a multinacional a voltar atrás.

Trata-se de “uma situação extraordinária, a de grupos de críticos tomarem medidas que possam penalizar artistas por decisões que estão além do seu controlo, mas foi a Disney que forçou esta situação quando escolheu castigar os jornalistas do The Times, em vez de manifestar o seu desagrado pela notícia publicada, usando a via da discussão pública”, afirmaram os críticos, acrescentando que “a resposta da Disney deve preocupar seriamente todos aqueles que acreditam na importância da liberdade de imprensa, artistas incluídos”.

O The New York Times disse, também na terça-feira, em comunicado, que não iria às pré-visualizações dos filmes da Disney enquanto o Los Angeles Times não o pudesse fazer, considerando que o comportamento da Disney era “um perigoso precedente e não era, de todo, do interesse público”.

Na sexta-feira passada, a Disney disse que a série de reportagens que o Los Angeles Times fez em setembro, detalhando o que caracterizou como um relacionamento complicado e cada vez mais tenso entre Anaheim e a companhia demonstrou “um completo desrespeito pelos padrões jornalísticos básicos” e acrescentou que o jornal publicou “uma reportagem tendenciosa e imprecisa, inteiramente conduzida por uma agenda política”.

Daniel Miller, o repórter do Los Angeles Times que escreveu a série de reportagens, escreveu na sua conta de Twitter que “a Disney nunca pediu uma correção”.

Com o fim do boicote, os críticos afirmaram que regressariam ao seu trabalho normal.

Os próximos filmes da Disney serão o lançamento da nova produção da Pixar, “Coco”, e o novo episódio da saga “Guerra das Estrelas”, intitulado “Os Últimos Jedi”.

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