No passado dia 12 de julho partilharam a mesa um "jihadista", um jornalista e um membro do Opus Dei. Política, religião e extremismo. Para cada religião há um Deus diferente? Ou existirá, para todas, apenas um com nomes diversos? Uma conversa de opostos onde tantos pontos se tocam, sob o mote de E Deus criou o mundo, de Carlos Quevedo.
"Deus criou o mundo e o Homem e este encontrou na religião o suporte para a sua crença na origem do mundo e para a sua relação com o sobrenatural. As três religiões monoteístas mais importantes - Judaísmo, Cristianismo e Islamismo - têm a mesma origem na personagem bíblica Abraão e desenvolveram-se por caminhos diferentes a partir da sua mensagem, fundamentando-se na palavra. A sua propagação ajudou a interpretar a realidade e a definir o ser humano. Hoje, mais do que nunca, precisamos de orientação para compreender os fenómenos e ações com justificação religiosa que dividem os povos. Regressemos à palavra, origem comum, na busca da revelação de Deus, de Cristo ou de Alá".
Foi assim que António Pinto Marques, presidente do Conselho Diretivo do Grémio Literário de Lisboa, lançou a temática que serve de base ao livro E Deus criou o mundo, do jornalista Carlos Quevedo, publicado pela Desassossego, chancela da editora Saída de Emergência.
Para António Rebelo de Sousa, responsável pela apresentação do livro, esta é uma obra "sobre o diálogo inter-religioso que realça a necessidade de se procurar adaptar a doutrina à realidade sem contradizer a fé". Ao longo de 200 páginas, divididas em três partes, são vários os temas abordados.
"(...) nunca saberemos o que teria acontecido ao nível da igreja católica se essa valorização [da mulher] tivesse continuado"
"Na primeira parte fala-se sobre o diálogo inter-religioso nos traços comuns existentes entre as três religiões, fazendo-se referência às leis e à mensagem de tolerância e, por isso mesmo, de respeito pelos outros credos. Procura-se também explicar que a religião pode ser entendida como uma resposta a perguntas essenciais sobre a existência humana. Os problemas do mundo - grandes ou pequenos - não se resolvem com fé nem com ausência dela, consistindo a fé na confiança inquebrantável numa promessa irrealizável por meios humanos". E é de tudo isto que Carlos Quevedo retira uma conclusão: "foi um único Deus que criou o mundo, princípio esse negado por muitos e afirmado por outros".
Já na segunda parte do livro, Quevedo fala dos "aspetos particularizantes das três religiões, tomando como claras referências a Ortodoxia no Judaísmo, o Catolicismo Romano no Cristianismo e os Sunitas no Islão".
Mas também é importante olhar para temas que estão bastante presentes na atualidade. E é precisamente por esse motivo que surgem, na terceira parte do livro, assuntos como a família, o casamento - também inter-religioso -, o divórcio, a poligamia e a morte. Há também uma secção dedicada às mulheres. "A mulher sempre esteve sozinha através dos tempos, limitada pela família, ora subalternizada pela autoridade do pai, ora condicionada pelos irmãos e pelo marido. [No Cristianismo], "o culto mariano e o que nos fica pelo papel desempenhado por Maria Madalena permite-nos pensar que Jesus queria um propósito de valorização da mulher, sendo certo que nunca saberemos o que teria acontecido ao nível da igreja católica se essa valorização tivesse continuado", diz Rebelo de Sousa.
Mas, afinal, o que é acreditar em Deus? "É uma decisão voluntária da procura da transcendência no mundo, da humanidade e de nós próprios. E o diálogo inter-religioso dá-nos a possibilidade de conhecer o outro que adora o mesmo Deus, ainda que de modo diferente. Conhecer os credos seria conhecer a humanidade sem se recorrer necessariamente a pressupostos científicos, embora sem se renunciar à ciência. Até porque o único pressuposto das religiões abraâmicas seria acreditar em Deus, num Deus tolerante e justo que nos ajuda a compreender a humanidade", referiu.
Um "mau católico" que fala de um único Deus com vários nomes
E Deus criou o mundo começou como programa de rádio na Antena 1. Agora, em livro, pretende ser, segundo Carlos Quevedo, uma forma diferente de tratar o diálogo inter-religioso.
"O diálogo religioso aqui aparece num sentido em que não estamos habituados a ouvir. O Papa Francisco encontra-se com um Imã ou com um Rabi, mas o diálogo religioso tem de existir entre as pessoas que acreditam e as pessoas que fazem a vida religiosa que, aliás, é uma vida muito difícil. Não existe aquela coisa de 'católico não praticante'. O católico é católico e deve cumprir [os seus deveres]. O judeu tem uma particularidade: sempre será judeu, mas para ser um judeu como deve ser tem de cumprir todas as regras - que não são poucas - do Judaísmo. No Islão é exatamente a mesma coisa. Não existe um muçulmano não praticante".
"Todos os portugueses pensam que falam castelhano, mas não é verdade! Na religião também não se pode ser menos rigoroso"
Acreditar em Deus - qualquer que seja o nome utilizado - é uma aprendizagem e um caminho pelo qual se pode ou não optar. "Ensinam-nos [a acreditar] mas somos nós que decidimos. Depois procuramos respostas para as nossas perguntas e encontramo-las de uma forma ou de outra, de modo religioso ou não". Mas, acreditando ou não, é preciso respeitar os que nos rodeiam. E isso só se pode fazer quando se está informado. "Estamos habituados a ver todas as pessoas que têm um credo a só pensar no próprio credo e sabem muito menos do que eu pensava que podiam saber sobre os outros. Entre um judeu e um católico existem tantos preconceitos, de ambos os lados, e tanta ignorância que eu fico impressionado. Já sem falar do Islão, que é uma religião mais recente. Acho que comecei a ouvir falar do Islão com a OPEP!", refere entre risos Carlos Quevedo. Além disso, "falta que as pessoas saibam do que estão a falar, na realidade. O diálogo inter-religioso, como está a ser abordado pelas autoridades da Igreja Católica, Muçulmana ou Judaica é uma coisa de planos ou de exemplos públicos, mas têm de estabelecer diálogo religioso com as outras comunidades".
"Podíamos, por exemplo, falar do Cristiano Ronaldo e desta escolha de fazer filhos sem mãe. Isso seria um tema de discussão religiosa: até que ponto isso é moralmente legítimo?"
Contudo, não existe informação suficiente entre as pessoas comuns. "Infelizmente, e eu sou testemunha disso, porque fui formado em colégios católicos, nunca ouvi uma palavra sobre o islão nem sobre o judaísmo, a não ser a história de Herodes e de Pilatos. Havia uma omissão absoluta. As pessoas com a mínima formação religiosa só são ensinadas sobre a própria religião, como se não existisse mais nada. E isso é muito mau, porque professar uma religião acaba por ser um pouco como acontece com falar castelhano em Portugal: todos os portugueses pensam que falam castelhano, mas não é verdade! Na religião também não se pode ser menos rigoroso", refere.
"Nesta experiência do programa de rádio descobrimos que há tanta coisa para falar e que a religião não é só uma questão de teologia e de comparar doutrinas ou discutir interpretações. A religião abarca todos os aspetos da vida social. Podíamos, por exemplo, falar do Cristiano Ronaldo e desta escolha de fazer filhos sem mãe. Isso seria um tema de discussão religiosa: até que ponto isso é moralmente legítimo? Isto para dizer que o universo da religião abarca muito mais do que aquilo que podemos pensar. Os temas mais importantes, aqueles que nos tocam de perto, o bem, o mal, o correto, o incorreto, se não fosse a filosofia, só a religião é que trataria do assunto. Não há a prioridade de saber aquilo que é ser um homem justo, aquilo que é ser um homem bom. E as religiões ocupam-se disso. E é nessa ocupação que o Deus de Abraão é um caso de sucesso. Assim como se revelou a Abraão, dá-nos uma indicação de que isto não é uma espécie de fantasia. É um conceito fundamental que o Homem tem como prova da existência de um ser superior", explica o jornalista.
Carlos Quevedo fala também da dificuldade em conjugar a fé com a vida moderna. "A prática religiosa exige muito, não só obviamente no que concerne à conduta e ao respeito de certos princípios, mas também ao cumprimento da doutrina de cada um dos credos, que obriga cada um dos crentes a participar com mais do que 'a missa ao domingo'. Por exemplo, um muçulmano tem de rezar cinco vezes por dia, depois tem o Ramadão, que são 40 dias a comer só depois de o sol se pôr. Imagine-se uma pessoa que trabalhe, ter de passar este período sem comer durante o dia... No Judaísmo também têm as suas dietas, têm imensos rituais e festas anuais, onde têm obrigações muito específicas. Não há tempo para isto na vida atual. Para ser uma pessoa que tem a sua vida, a sua família, e que é religiosa, é preciso muita fé e muita disciplina".
"(...) é fácil acusar os mais pequenos e mais fracos. O problema das minorias e das maiorias transcende a religião
O autor do livro, que cresceu entre "uma família católica, colégios católicos e universidade católica", num "ir e vir da religião", é, como escreve, "um mau católico". Com E Deus criou o mundo não considera "estar a voltar à religião", mas muita coisa mudou. "Agora sou talvez mais tolerante com certos aspetos que qualquer católico ou cristão tem de considerar. É difícil disciplinar-se, é difícil aceitar tudo porque a Igreja - no caso da Católica - tem um tempo que não é aquele a que estamos habituados. Às vezes as opções da Igreja antagonizam com a vida que estamos a viver. Quando se toma uma decisão, há sempre alguém que perde", frisa.
Olhando para a atualidade, é importante falar da questão das minorias religiosas. "É um problema da humanidade. As maiorias tendem a atacá-las, não porque sejam perigosas, mas porque são um excelente 'bode expiatório' e é fácil acusar os mais pequenos e mais fracos. O problema das minorias e das maiorias transcende a religião, também existe noutros âmbitos sociais: ricos e pobres, classe média, clubes de futebol. A humanidade não pode prescindir, infelizmente, do ódio. Mas o que vemos agora sempre existiu: o antissemitismo na Rússia czarista é uma coisa só comparável com o antissemitismo da Rússia soviética e esta, por sua vez, com o nazismo. A maldade está aí ao lado, sempre". E, como a maldade é inerente ao ser humano, "é preciso combatê-la porque é um pesadelo".
"Espero que [este livro] contribua para reduzir os preconceitos sobre as religiões"
O tema das religiões, por ser "tão extenso", origina inúmeras conversas. Sendo esse o propósito do programa de rádio, o livro é também uma forma de perpetuar a informação essencial para que a tolerância religiosa floresça. "Espero que [este livro] contribua para reduzir os preconceitos sobre as religiões, para que possamos pensar nestes assuntos de um modo informado e livre", remata Carlos Quevedo.
Católicos e Muçulmanos em diálogo pela paz
Pedro Gil, diretor de comunicação do Opus Dei, começou por referir o termo "inimigos da religião" como mote para o debate. Contudo, este não é o ponto de partida que quer tomar: fala-se, sim, nos "amigos da religião".
"Há um inimigo da religião que é exterior a esta, que é o movimento de ideias que propõe de alguma forma marginalizar a religião para fora do espaço público"
E quem são eles? São, apenas, aqueles que não têm medo de dizer "eu quero saber mais". É sobre isso que Pedro conta uma história. "Há uns anos, um jornalista ligou-me a perguntar se podíamos almoçar. Disse-me 'levo mais de 25 anos de jornalismo e gostaria de fazer uma reaproximação à fé e não sei se seria possível dar-me alguma orientação sobre isso". Respondi-lhe que sim, que estava disponível e propus-lhe que começássemos uns encontros regulares para conhecer o Cristianismo, através do catecismo da Igreja Católica. Ele achou que devia fazer duas salvaguardas, até para meu descanso. Primeiro, que a sua aproximação à fé não se devia a que ele estivesse a morrer nem com alguma doença perigosa e, em segundo lugar, que não estava a fazer nenhuma reportagem com câmara oculta para ver como é que o responsável de comunicação do Opus Dei lida com estes casos. Este jornalista admitia que eu achasse tão extraordinário uma preocupação destas que tivesse de me dar a salvaguarda. Isto para dizer que o tema religioso está bastante fora das nossas conversas habituais e é bastante saudável que comecem a acontecer mais", explica.
"O mundo da razão e o mundo da fé precisam um do outro."
Por outro lado, os "inimigos" não têm de ser "pessoas ou sistemas organizados na história que têm proposto eliminar a religião". Pedro Gil considera-os, sim, "as ideias que se podem opor em menor ou maior medida à religião". É sobre isso que importa falar com urgência.
"Há um inimigo da religião que é exterior a esta, que é o movimento de ideias que propõe de alguma forma marginalizar a religião para fora do espaço público, em concreto do processo político. Esta é uma tendência que está presente na nossa sociedade, em alguns países mais do que noutros, e tem muitas expressões. Muita gente considera que a religião contamina o espaço público, que tanto mais saudável seria o processo político quanto mais o credo religioso estivesse fora", refere Pedro.
Mas este não é o único ponto a referir. "A própria religião tem os seus momentos patológicos. Existe o perigo do fundamentalismo, em que as afirmações se fazem desacompanhadas de qualquer justificação que possa ser conhecida e existe também a ideia da violência ao serviço da religião. Essas patologias da religião devem ser curadas com a ajuda do aspeto terapêutico da própria razão".
Com isto, o mundo da razão e o mundo da fé precisam um do outro. Principalmente porque, regra geral, os inimigos da religião "vêm de dentro", embora os de fora sejam mais percetíveis. "Atualmente há muitos cristãos a morrer por causa da sua fé. Mas é quando 'o sal perde o sabor' que temos um problema. Quando o Cristianismo perde a saúde, então começa a ter cada vez mais dificuldades. São esses os inimigos: separar Deus da razão, considerar que Deus seria só vontade e não inteligência ou visão; separar Deus do amor ou da vontade; separar Deus do belo".
Para o diretor de comunicação do Opus Dei, o maior perigo é aquele de que hoje mais se fala: Deus justifica a violência. "É um absurdo, não pode ser uma coisa própria da religião. Mas isto também já passou pelo Cristianismo", relembra.
Khalid Jamal, membro da Comunidade Islâmica de Lisboa, começou a sua intervenção de forma caricata: "Assalamo Alaikum Warahmatullahi Wabarakatuh" ["Que a Paz e a Bênção de Deus esteja convosco"]. Com o aviso de que não pretendia "islamizar ninguém", prosseguiu. "Começo por esta saudação que, curiosamente, foi a saudação usada aquando da visita do nosso presidente Marcelo à Mesquita Central de Lisboa e que foi a saudação usada pelo Papa Francisco quando visitou a universidade de Al-Azhar. Esta é a saudação que nós, muçulmanos, usamos quando cumprimentamos o nosso semelhante", explicou.
"Sou um português que professa a religião Islâmica, não um muçulmano português"
Atualmente, em cima da mesa está "o combate aos fenómenos do fanatismo, do extremismo e da violência em nome da religião". Para perceber o que se passa, é preciso estabelecer algumas diferenças importantes. Em primeiro lugar, é necessário "separar aspetos culturais e religiosos, já que há uma sobreposição entre aquilo que é cultural e aquilo que é religioso. Por exemplo, todos os habitantes do Egito são egípcios e árabes, desde há 1400 anos. Mas isto não significa que todos os egípcios são muçulmanos. Sabemos que no Egito existe a comunidade Copta, que representa cerca de 9% da comunidade egípcia".
Mas há que saber viver com ambos os conceitos no mesmo espaço. "Aqui no Al-Andalus [Península Ibérica] havia uma convivência pacífica e saudável entre os diversos povos e culturas. Hoje em dia há cada vez mais um extremar de posições que levam a que haja grande dificuldade de convívio no panorama social das religiões e também das culturas", refere.
Para explicar a questão, Khalid dá-se como exemplo. "Eu sou um português de origem indiana que professa a religião islâmica. Tenho uma herança diversa que, quanto a mim, me enriquece. Sou um português que professa a religião Islâmica, não um muçulmano português. É nesta diferença de formulação - que escapará ao olhar dos mais desatentos - que reside precisamente o meu pensamento".
Muitas vezes, a cultura entra em confronto com a religião. "Devemos aprender a separar muito bem as águas, porque só nesse contexto vamos conseguir compreender tanto um lado como o outro e qual é aquele que pretendemos seguir. Uns dirão que a religião se deve sobrepor à questão cultural e que eu devia ser mais muçulmano do que português, e eu, por outro lado, não o entendo dessa forma. Eu nasci em Portugal, cresci aqui, tenho uma identificação e um vínculo afetivo e emocional com a nossa pátria e, por isso, a cultura acaba por se sobrepor à religião. Um português que professa a religião Islâmica não vive o Islão certamente da mesma forma do que um saudita ou uma pessoa de origem africana. Estamos a falar de três pessoas com a mesma religião mas com vivências culturais e até religiosas - fruto dessa cultura diversa - completamente distintas", explica Khalid Jamal.
"Tenho muita dificuldade em compreender como é que uma religião que deriva da palavra paz (...) possa pregar valores de guerra"
O Islão, com apenas 1438 anos de história, "ainda está a passar por uma fase de profundas transformações". A religião deve ser, para Jamal, "uma fonte de inspiração e motivação para o ser humano. Somos dotados de uma elasticidade e de uma flexibilidade extraordinárias, sendo capazes dos feitos mais extraordinários e mais magníficos. Mas, por outro lado, o ser humano também passa de bestial a besta. É capaz de ser, muitas vezes, tão perverso, são sub-reptício que temos histórias bíblicas, corânicas e noutros contextos em que o ser humanos é capaz de agredir o seu próprio irmão e de se tornar uma besta".
Nesta religião de regras exigentes, algumas coisas são imprescindíveis. "Ser muçulmano não é só praticar as cinco orações. Ser muçulmano é ter uma conduta virtuosa e compatível com a religião e os valores a que esta me obriga. Islão significa 'submissão voluntária à vontade divina' e deriva do radical 'salam', que significa paz. Eu tenho muita dificuldade em compreender como é que uma religião que deriva da palavra paz e cujo cumprimento obrigatório para com os seus semelhantes fala de paz possa pregar valores de guerra. Além disso, qualquer bom muçulmano orgulhoso da sua religião não o será verdadeiramente se não desejar aos outros aquilo que também quer para si", diz Khalid Jamal.
No caso concreto do Islamismo, as interpretações têm sido alvo de problemas. Olhando para o panorama atual, em que esta religião é fortemente associada ao terrorismo, surge, por exemplo, o conceito "Jihah". "Jihad é muitas vezes traduzida como 'guerra santa'. As traduções que eu leio do Alcorão entendem Jihad como 'empenho'. Portanto, em bom rigor - às vezes digo isto nas palestras e as pessoas saem assustadas -, eu sou um Jihadista. E porquê? Porque a Jihad que um muçulmano deve ter é o empenho em algo. Um estudante, quando se empenha em aprender uma determinada teoria e depois se empenha a aplicá-la na prática, está, na visão do Islão, a ser um Jihadista".
Para que algo mude, o próprio Alcorão tem de ser interpretado corretamente. "Ali está a palavra de Deus plasmada. É a palavra mais sagrada, é a palavra absoluta. Todos aqueles que tenham a iniciativa de interpretar o Alcorão devem fazê-lo com muito cuidado, na medida de se poder considerar uma blasfémia quando fazemos uma interpretação que se afaste muito do espírito do livro. Não podemos mais cair em erros", refere.
Comentários