“Partiu um romancista excecional, um ensaísta corajoso e um jornalista atento a todos os estratos da notícia. Sentiremos falta da sua vitalidade e de sua estatura moral”, referiu o Instituto Cervantes através da rede social Twitter.
Nascido em Santiago em 1931, Jorge Edwards estudou na Faculdade de Direito da Universidade do Chile e fez pós-graduação na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
Serviu a diplomacia chilena entre 1957 e 1973, até ao golpe militar de Augusto Pinochet (1973-1990), servindo em Paris, Lima e numa missão que o marcou particularmente: Havana.
Edwards passou três meses na capital cubana em 1971 para abrir a embaixada chilena em nome do Governo socialista de Salvador Allende (1970-73), um dos primeiros a restabelecer relações diplomáticas com o regime de Fidel Castro.
A sua dupla função de diplomata e escritor permitiu-lhe entrar em contacto com escritores da ilha que lhe contaram um ponto de vista diferente da versão oficial.
Jorge Edwards nunca foi expulso oficialmente, mas deixou Cuba antes do planeado, rumo a Paris, onde se reuniu com seu amigo Pablo Neruda, então embaixador em França.
Deste período em Cuba, aprendeu a “distinguir entre aparências, gestos exteriores, discursos formais e realidades”, admitiu em 2018.
Em 1973 mudou-se para Barcelona onde entrou em contacto com outros escritores latino-americanos que lá viviam, como o colombiano Gabriel Garcia Marquez e o peruano Mario Vargas Llosa.
Nomeado embaixador da UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] em Paris, em 1994, recebeu o Prémio Miguel Cervantes cinco anos depois.
Jorge Edwards exerceu o seu último cargo como diplomata na Embaixada do Chile em França, de 2010 a 2014, durante o primeiro mandato do Presidente chileno Sebastian Piñera.
Jorge Edwards escreveu inúmeros romances, contos, ensaios e obras autobiográficas.
Também colaborou com órgãos de comunicação europeus e latino-americanos, como o diário Le Monde em França, El Pais na Espanha, Il Corriere della Sera em Itália, os jornais argentinos La Nacion e Clarin, bem como a revista mexicana Letras Libres.
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