Liudmila Ulítskaia, considerada opositora do regime de Vladimir Putin, “herdeira da tradição narrativa” da literatura russa, foi distinguida “pela sensibilidade com que relata a epopeia das pessoas destemidas no labirinto do mundo”, justificou o júri, que esteve reunido na Casa José Saramago, em Tías, Lanzarote.
Este prémio literário, criado pela Fundação Formentor, tem um valor monetário de 50.000 euros e já distinguiu autores como Samuel Beckett, Jorge Luis Borges, Saul Bellow, Gisela Elsner, Javier Marías e Annie Ernaux.
Já indicada para o Nobel da Literatura, Liudmila Ulítskaia é “uma das escritoras mais marcantes e de maior alcance da literatura russa contemporânea”, cuja obra “explora as ambíguas e complexas relações entre o bem e o mal”, afirma o júri do prémio literário em comunicado.
Nascida em 1943 na região dos montes Urais, e com antepassados judeus ucranianos, Liudmila Ulítskaia vive em Berlim desde março, pouco depois da invasão russa da Ucrânia.
É formada em Biologia pela Universidade de Moscovo, fez investigação científica em genética e trabalhou ainda no Teatro Hebraico de Moscovo entre finais dos anos 1970 e início de 1980.
A escritora começou a publicar na década de 1990, tendo editado contos, teatro, romance e obras para crianças.
Em Portugal estão publicados, pelo menos, as obras “Mentiras de mulher”, “Funeral divertido” e “Caso Kukótski”.
O júri do Prémio Formentor de Letras integrou por Elide Pittarello, Marta Rebón, Gustavo Guerrero, Enric Bou e Basilio Baltasar.
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