A mostra intitula-se “Uma Fresta de Possibilidades – Duas Coleções em Diálogo” e tem curadoria de Filipa Oliveira e Luiza Teixeira de Freitas, levando até Évora, até 18 de fevereiro do próximo ano, obras de 57 artistas.

“Estão representadas todas as formas de expressão de arte contemporânea, desde a música à escultura, passando pela pintura, desenho, slides ou vídeo”, disse hoje à agência Lusa Filipa Oliveira, explicando que a iniciativa vai ocupar todo o espaço do Fórum, propriedade da Fundação Eugénio de Almeida (FEA).

Segundo a curadora e diretora artística do Fórum Eugénio de Almeida, “algumas das obras são absolutamente excecionais”, com Évora a receber, “pela primeira vez”, trabalhos de artistas como Bruce Nauman, Louise Bourgeois e Juan Muñoz.

No âmbito do tema anual da programação do Fórum — o outro -, a mostra coloca em diálogo “duas coleções excecionais”, a da colecionadora e galerista alemã e espanhola Helga de Alvear e a de Luiz Teixeira de Freitas, que “representam duas formas únicas de olhar e experimentar o mundo”, afirmou a FEA.

“O ato de colecionar é sempre um ato de olhar para o mundo, através da escolha de uma determinada série de obras de arte. O que nós quisemos foi colocar dois olhares muito particulares a olharem um para o outro e a dialogarem”, frisou Filipa Oliveira.

Com a iniciativa integrada na Mostra Espanha 2017, evento cultural bienal que dá a conhecer em Portugal a arte e a cultura espanholas, a escolha de Filipa Oliveira recaiu, mais uma vez, no diálogo entre uma coleção vinda de Espanha e uma portuguesa.

“A Coleção Helga de Alvear, patente em Cáceres, é uma das coleções de arte contemporânea mais importantes em Espanha e a Coleção Teixeira de Freitas é uma das melhores em Portugal”, pelo que a exposição é aproveitada “para a criação em rede e para o diálogo, confrontando pontos de vista”, assumiu.

E, como há já “muito tempo” que a diretora artística do Fórum Eugénio de Almeida queria trabalhar com a curadora independente Luiza Teixeira de Freitas, a realização desta mostra, com trabalhos da coleção do pai, foi a ocasião escolhida.

“Achei que era uma boa ocasião para trabalhar com a Luiza, por ela conhecer tão bem a coleção e sermos duas a olhar para as obras”, originando, novamente, “uma duplicação de pontos de vista e de perspetivas”, realçou.

Perante estas duas coleções, “um número quase ilimitado de exposições poderia ser feito”, mas, para a iniciativa em Évora, as curadoras “abriram uma fresta de possibilidade” e partiram de três formas geométricas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo.

“O círculo é uma comunidade, o quadrado um mapa e o triângulo uma equação. Esses três tempos tornar-se-ão três capítulos da exposição, chaves para a sua leitura, cada um sustendo-se nos outros, ao mesmo tempo que se intersetam e justapõem, sugerindo também formas diferentes de experimentar a arte”, resumiu a FEA.

A inauguração da mostra vai decorrer entre as 18:00 e as 24:00 de sexta-feira, tendo lugar, no dia seguinte, às 11:30, uma conversa com os colecionadores.