A exposição vai ter trabalhos de vários tipos, dimensões e suportes, mas “a maioria das obras são de grande escala”, disse o artista.
“Estamos a apontar para 25 a 30 peças, sendo que algumas são interativas e imersivas, são peças em grande escala. Estamos a falar de peças de escultura em que as pessoas podem entrar, algumas peças que precisam de alguma distância e altura. Vai haver peças de vídeo, vai haver pintura, escultura, vai ter vários ‘media’ diferentes”, descreveu à Lusa.
Vhils vai estar no Centquatre, um local que vê como “um espaço de referência” e que expôs, em 2013, obras de Keith Haring, um artista pioneiro do movimento de ‘street art’ nos Estados Unidos. Curiosamente, Vhils realizou, em 2014, um mural em frente a uma das obras de Keith Haring, a “Tower”, no Hospital Necker, em Paris.
O artista explicou que a exposição resulta de um longo trabalho de pesquisa e recolha de material sobre Paris, onde realizou “os primeiros projetos em 2010, 2011″, e que a mostra vai também fazer “a ponte com o trabalho de pesquisa que tem sido feito com outras cidades”, para “tentar fazer os pontos em comum e os pontos que diferem”, uma reflexão inerente ao seu trabalho.
Em Paris, Vhils apresentou as exposições individuais “Vestiges” e “Entropie”, na galeria Magda Danysz, em 2012 e em 2014, e esteve em várias mostras coletivas, como “Choices”, no Palais de Tokyo, em 2016, “#Street Art – L’innovation au coeur d’un mouvement”, no Espace Fondation EDF, em 2014, e “Ex Situ”, no Centro Pompidou, em 2013, entre outras.
O artista é um dos criadores inseridos no percurso de arte urbana do 13.º bairro de Paris, onde há mais de 50 murais monumentais, e fez parte do projeto “Tour Paris 13″, em que um prédio de nove andares, destinado à demolição, foi transformado num “museu de arte efémera” por cerca de 80 nomes internacionais de Arte Urbana.
Vhils inaugurou, a 22 de fevereiro, uma exposição em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde também criou três murais, um dos quais em parceria com o norte-americano Shepard Fairey.
Nascido em 1987, Alexandre Farto cresceu no Seixal, onde começou por pintar paredes e comboios com ‘graffiti’, aos 13 anos, antes de rumar a Londres, para estudar Belas Artes, na Central Saint Martins.
Captou a atenção a ‘escavar’ muros com retratos, um trabalho que tem sido reconhecido a nível nacional e internacional e que já levou o artista a vários cantos do mundo.
Além de várias criações em Portugal, tem trabalhos em países e territórios como a Tailândia, Malásia, Hong Kong, Itália, Estados Unidos, Ucrânia, Macau e Brasil.
Em 2015, o seu trabalho chegou ao espaço, através da Estação Espacial Internacional, no âmbito do filme “O sentido da vida”, do realizador Miguel Gonçalves Mendes.
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