Investigadores do jardim zoológico de San Diego informaram esta quinta-feira que a rinoceronte Victoria foi inseminada em março e deverá ter uma cria no prazo de 14 meses.

O Instituto para a Conservação do Zoológico de San Diego explicou que o processo "é um grande passo no trabalho científico para recuperar geneticamente o rinoceronte branco do norte, uma subespécie distinta do rinoceronte branco do sul".

"Apenas dois rinocerontes brancos do norte existem na Terra (duas fêmeas)", destaca o zoológico.

Barbara Durrant, diretora do instituto de ciências reprodutivas, esclareceu que ainda é cedo para saber se a gestação produzirá um rinoceronte saudável.

A inseminação artificial de rinocerontes não é um procedimento recorrente nos zoológicos. De facto, só há relatos de dois nascimentos por este método no passado.

Em 10 a 15 anos a prática poderá ser habitual

Antes de se obter o nascimento de um rinoceronte branco do norte deverão ser dados muitos passos, como decifrar o seu genoma, para determinar a divergência genética com a subespécie mais próxima: o rinoceronte branco do sul.

Também é preciso criar, a partir de células conservadas de 12 rinocerontes do norte, uma célula mãe capaz de ser convertida em esperma e óvulos.

"Há muitos desafios pela frente, mas os investigadores estão otimistas de que a cria do rinoceronte branco do norte poderá nascer por este procedimento nos próximos 10 a 15 anos", assinalou o instituto.

"Este trabalho poderá ser aplicado a outras espécies de rinocerontes, como os de Sumatra e de Java, que estão em risco".

Sudan, o último rinoceronte branco do norte macho, morreu no Quénia em março passado, após sofrer uma série de infeções, deixando apenas duas fêmeas desta subespécie vivas.

Devido à procura pelos seus chifres pela medicina tradicional chinesa, os rinocerontes foram alvo de caça ilegal desenfreada nos anos 70 e 80, o que aniquilou a população de rinocerontes brancos do norte no Uganda, República Centro-Africana, Sudão e Chad.

Uma população selvagem de entre 20 e 30 rinocerontes brancos do norte na República Democrática do Congo desapareceu durante a guerra civil no país, na década de 90, e em 2008 o rinoceronte branco do norte foi considerado extinto na natureza.

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