A edição deste ano, que decorrerá virtualmente entre os dias 18 e 21 de março devido à pandemia de covid-19, contará com 10 mesas e três saraus, com a participação de personalidades de áreas distintas, como da literatura, música, artes e ciências.
“Vivemos um momento histórico agudo, em que o Brasil literalmente respira por aparelhos, sufocado entre o pandemónio político e a pandemia do coronavírus. A nossa programação questiona o lugar da literatura, da arte e do debate de ideias nesse contexto de ar rarefeito”, explicou o curador da FLIMA, Roberto Guimarães, em comunicado.
A abertura será na próxima quinta-feira, com uma conversa entre o escritor angolano José Eduardo Agualusa e o ator, humorista e autor brasileiro Gregório Duvivier, sobre a temática “Imaginável mundo novo: literatura e a fabricação da realidade”.
Ainda no mesmo dia, Lélia Gonzalez, uma das mais importantes intelectuais brasileiras do século XX, e a poesia de Ryane Leão serão foco de análise em outras duas mesas.
Na sexta-feira, dois premiados tradutores — Inês Oseki-Dépré e Eric M. B. Becker — falarão sobre a obra de Lygia Fagundes Telles; as autoras brasileiras Giovana Madalosso e Natalia Timerman abordarão relações intra e extraliterárias; e, ao final do dia, haverá lugar para um momento de fusão entre poesia, voz e violão.
Já no sábado, acontecerá a homenagem à escritora brasileira Lygia Fagundes Telles, vencedora do prémio Camões, em 2005, num encontro que, segundo a organização, será “rodeado de afeto”, e reunirá Nilton Resende, ficcionista e professor, especialista na obra a autora, e Tamy Ghannam, investigadora de narrativas brasileiras contemporâneas e grande admiradora de Lygia.
A homenagem contará com a participação especial de Lúcia Telles, neta de Lygia, que trabalha com a obra da avó há 16 anos.
Ainda no sábado, decorrerá uma conversa entre Maria José Silveira, Sheyla Smanioto e Tatiana Salem Levy sobre “corpos narrativos e a narrativa dos corpos”, e Antônio Xerxenesky e Fido Nesti coordenarão a mesa “1984: vivendo a distopia na distopia”.
O dia terminará com a leitura do conto inédito “A espera” e um recital de homenagem a compositoras brasileiras.
No domingo, último dia da FLIMA, haverá lugar para uma conserva entre Bruno Paes Manso e Michel Laub, sobre o tema “Retratos do Brasil: aproximações entre ficção e realidade”; Costica Bradatan e Ricardo Lísias abordarão a censura, autocensura e os riscos do livre pensar em tempos de polarização e, por último, Márcia Wayna Kambeba e Torkjell Leira debaterão a disputa pela Amazónia e os problemas ambientais que afetam a maior floresta tropical do planeta.
Todas as mesas serão gratuitas e transmitidas ao vivo pelo canal do YouTube da FLIMA e continuarão disponíveis após o encerramento.
Além da programação adulta, serão realizadas 10 atividades para crianças, famílias e educadores, pela FLIminha, o programa educativo da FLIMA.
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