A organização do festival, que vê na pandemia uma “oportunidade” para “tomar o pulso à criação teatral portuguesa”, apresenta nesta edição três estruturas estrangeiras, para 14 portuguesas.

Entre as produções anunciadas, contam-se três estreias e três criações adiadas durante o período de confinamento.

"Bruscamente no Verão Passado", de Tennessee Williams, texto dos anos de 1950, sobre a repressão da homossexualidade, pelo Teatro Experimental de Cascais (TEC), de Carlos Avilez; "As Artimanhas de Sapin", comédia de Molière, pelo Teatro da Comuna, com encenação de João Mota; e "Instruções para Abolir o Natal", de Michael Mackenzie, sobre efeitos da crise financeira de 2008, pela ACTA - A Companhia de Teatro do Algarve, são as três estreias anunciadas.

Artistas Unidos, Barba Azul, Teatro do Bairro, os teatros nacionais D. Maria II e S. João, o Teatrão, de Coimbra, A Turma, do Porto, e projetos como o do ator e encenador André Murraças e da atriz Luísa Cruz, com o cineasta João Botelho, são outras das propostas portuguesas, que retomam projetos recentes.

Do estrangeiro chegam os espanhóis La Tristura, de Madrid, e a dupla Agnès Mateus e Quim Tarrida, além do ator italiano Mario Pirovano.

Ao todo serão 17 espetáculos, em 90 sessões repartidas por cinco palcos de Almada (Teatro Municipal Joaquim Benite, Fórum Municipal Romeu Correia, Incrível Almadense, Academia Almadense e Teatro-Estúdio António Assunção) e um em Lisboa (CCB), a decorrer até 26 de julho, num calendário mais alargado - com o dobro do número habitual de sessões -, imposto pelas questões sanitárias.

O ator e encenador Rui Mendes é o homenageado desta edição do Festival de Almada, que o considera "um dos mais significativos servidores públicos das artes de palco em Portugal".

A exposição "O ator que queria ser sinaleiro" vai estar no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, durante todo o festival, recordando a carreira de mais de 60 anos de Rui Mendes, contados a partir da estreia no Teatro do Gerifalto, em 1956, aos 19 anos.