Em entrevista à agência Lusa, a coordenadora do Núcleo de Investigação do Instituto Superior de Administração e Gestão (ISAG), Ana Borges, avançou que o festival NOS Primavera Sound do ano passado teve um impacto económico de “15,6 milhões de euros, nos três dias do evento", e que aqueles ganhos consideravam os gastos dos visitantes no interior do recinto do festival, e os gastos na cidade do Porto, não contando com a despesa nos bilhetes para entrar no festival.
“Este valor, com base numa projeção (…), vai ser superado [em 2018], uma vez que se espera um maior número de estrangeiros a participarem no evento”, com mais de 30% dos visitantes de origem não portuguesa, avançou à agência Lusa Ana Borges, investigadora e coordenadora do estudo intitulado "Públicos e impacto económico do evento NOS Primavera Sound”, que traça o perfil do visitante e as projeções sobre o impacto económico do festival, que termina no sábado, dia 09 de junho, na cidade do Porto.
O estudo científico, realizado pelo Núcleo de Investigação do ISAG, instituição de ensino superior que faz estudos do evento de música desde 2013, indica que, em termos de projeções, se espera que os participantes na edição deste ano sejam entre os “30% a 40%” estrangeiros", o que corresponde a mais de “20 mil visitantes estrangeiros entre o total de 90 mil visitantes esperados ao longo dos três de festival nesta adição.
O perfil traçado no estudo indica ainda que há um “equilíbrio de géneros” a visitar o festival com “51% de público masculino e 49% de público feminino”, acrescentando que "80,5% dos visitantes têm as faixas etárias" entre os 18 e os 35 anos - "entre os 18 e os 25 anos e os 25 e os 35 anos".
A maioria dos visitantes é "solteiro" e o grau de escolaridade que predomina é a "licenciatura", revela a mesma investigação.
Segundo a investigadora, o estudo serve também para destacar que o grau de fidelização do evento é elevado de ano para ano, pois “mais de metade compra o bilhete geral” e “metade [dos visitantes] já participou na edição anterior”, ou seja “há uma fidelização na compra do bilhete geral”.
O estudo conclui ainda que “90,9% dos visitantes deslocados – entre estrangeiros e participantes portugueses de fora da cidade do Porto - vêm propositadamente ao evento”.
O nível de fidelização é reforçado pelo grau de satisfação, acrescenta Ana Borges, referindo que, numa escala de um a cinco, em termos de satisfação, os palcos, por exemplo, têm sempre níveis "acima de quatro pontos”, sendo que a “satisfação global ultrapassa os 4,5 pontos”.
O estudo foi realizado durante o NOS Primavera Sound 2017, com uma amostra de "946 participantes" entrevistados.
O festival arranca esta quinta-feira no Parque da Cidade, no Porto, com três dias de música de dezenas de artistas internacionais, com destaque para Lorde, A$AP Rocky e Nick Cave & The Bad Seeds.
Na sétima edição, em que o recinto conta com quatro palcos, a cantora pop neozelandesa, o ‘rapper’ norte-americano e o músico australiano são os cabeças de cartaz da edição portuguesa de um festival que também se realiza em Barcelona, Espanha, com programação diferente. Mas há outros nomes, como The War on Drugs, Mogwai, Jamie XX, Father John Misty ou The Breeders, entre muitos outros.
O grande destaque do primeiro dia vai para a cabeça de cartaz Lorde, a apresentar “Melodrama” (2017), o segundo álbum da carreira da cantora neozelandesa de 21 anos.
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