“Este foi um ano de constante adaptação e readaptação e sempre a correr atrás do prejuízo e estamos super-contentes porque vamos conseguir fazer o que era a principal premissa de 2021: que o Tremor acontecesse, para não termos dois anos de interregno”, afirmou à agência Lusa Márcio Laranjeira, da organização.

A edição deste ano foi apresentada hoje em Ponta Delgada, São Miguel.

Em 2020, o festival estava pronto a arrancar no final de março, mas teve de ser cancelado devido ao estado de emergência que atirou o país para o confinamento, num esforço de contenção da pandemia de covid-19.

Em novembro de 2020, foi anunciado que a edição de 2021 do festival Tremor tinha data marcada de 07 a 11 de setembro, por ser “menos passível de poder colidir com medidas e restrições à circulação de pessoas”.

“Começámos com a premissa de repetir o cartaz de 2020, mas temos aqui uma série de artistas que nos enchem de orgulho. Desde já os Clã em São Miguel, que é um desejo antigo e finalmente conseguimos tê-los, e tivemos também a adição dos Sensible Soccers, do Casper Clausen e Kelman Duran”, destacou Márcio Laranjeira.

Além daqueles nomes, vão marcar presença Angélica Salvi, Conferência Inferno, Dirty Coal Train, Ferro Gaita, Ko Shin Moon, Larry Gus, Lena D’Água, MadMadMad, Samuel Martins Coelho, Solar Corona, Vanishing Twin e Warmduscher.

Do cartaz do festival, constam ainda os músicos Luís Gil Bettencourt, Mário Raposo e a tríade Luís Senra, Sofia Caetano e PMDS.

Márcio Laranjeira enalteceu o cartaz “bastante eclético”, que vai permitir “experiências bastante diferentes”.

“Felizmente agora estamos numa altura em que chegamos a um compromisso, chegamos a um modelo, que vai fazer com que as pessoas estejam juntas. Tem sido ótimo porque existe um interesse gigante, o festival já está esgotado desde o ano passado”, assinalou, referindo que a capacidade máxima é de cerca de 600 pessoas.

O organizador salientou que os concertos em locais “surpresa” vão continuar a acontecer em 2021, só que essas surpresas terão de ser reveladas “um bocadinho mais cedo”, uma vez que nas edições anteriores, em certas ocasiões, o público só conheceu o local do espetáculo meia hora antes.

“Sempre tivemos a preocupação com a mobilidade, mas este ano vamos ter pela primeira vez a carreira do Tremor e todos os dias vamos disponibilizar autocarros para as pessoas se poderem deslocar para os palcos do Tremor”, acrescentou.

Márcio Laranjeira destacou ainda que a organização privilegiou os espaços ao ar livre devido à pandemia da covid-19, existindo palcos nas cidades de Ponta Delgada, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo.

Esta edição volta a contar com a Escola de Música de Rabo de Peixe, que desta vez se junta a Jerry The Cat “para um espetáculo que terá no jazz a matéria de negociação e exploração”, e a colaboração entre o projeto ondamarela e a Associação de Surdos da Ilha de São Miguel, que abriu e marcou a edição de 2019, e estreia este ano um espetáculo inédito.