A nova China, com uma classe média maior e mais próspera, tem também novas formas de lidar com alguns problemas muito antigos. Segundo o El País, há um número crescente de empresas chinesas que se dedicam ao negócio de conseguir que as amantes se afastem dos maridos chineses.
Uma dessas empresas, a Weiqing, começou por ser um gabinete de assessoria matrimonial convencional. Tem 15 anos de experiência e mais de 50 agências em funcionamento, e desde há três anos especializou-se neste serviço cada vez com mais procura.
O objectivo é salvar os casamentos ameaçados pelas relações extra-matrimoniais dos maridos chineses.Ter uma amante - uma xiaosan, ou "pequena terceira" - é uma prática enraizada e socialmente aceite entre a classe média, e até sinal de algum estatuto para os homens. Acontece que nos últimos anos as mulheres chinesas preferem cada vez mais lutar para manter os maridos, em vez de pedir o divórcio. Ming Li, fundadora da Weiking, citada pelo El Pais, diz que "Quando montámos a agência, há 15 anos, 80% das mulheres que descubria a infidelidade pedia o divórcio. Agora não querem tornar a vida tão fácil às amantes e dar-lhes o marido de bandeja. Querem lutar pela relação e ganhar."
Num dia normal a agência pode receber até 200 ou 300 contactos telefónicos. A cliente típica é uma mulher na casa dos 40 ou 50 anos e com algum dinheiro - pelo menos o suficiente para pagar as despesas do serviço. Uma hora de consulta pode chegar aos 300 euros e o serviço de "bloqueio de destruidoras de famílias" nunca ficará por menos de 30 mil euros. Na maioria das vezes, as "eliminadoras" são mulheres, por serem, segundo Ming Li, "mais persuasivas e carinhosas". Os métodos são vários: podem alugar um apartamento e fazer-se passar por uma vizinha preocupada com o bem estar da xiaosan, que a alerta para os problemas duma relação desse tipo, podem arranjar um outro homem que tente conquistá-la, ou simplesmente pagar-lhe para que deixe o homem casado. Um trabalho que pode demorar meses.
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