Durante o mês de maio vai integrar uma digressão internacional em Taiwan no elenco de "Giselle", de Akram Khan, uma versão contemporânea do bailado clássico.

Há semanas atrás, em abril, esteve em palco no teatro Saddler's Wells a dançar um conjunto de três peças do coreógrafo norte-americano William Forsyth.

"Ele é uma referência da dança e foi uma grande oportunidade trabalhar com ele. Foi uma grande experiência", afirmou o bailarino à Agência Lusa.

Natural de Lisboa, Martinho Santos entrou para a companha English National Ballet (ENB) no ano passado, após alcançar o primeiro lugar do Youth America Grand Prix (YAGP) e um 2º. lugar no Prix Lausanne em 2024.

Este último traduziu-se numa bolsa em qualquer das principais companhias europeias.

Apesar de admirar a também britânica Royal Ballet, onde o português Marcelino Sambé é um dos principais bailarinos, optou pela ENB, também sediada em Londres.

"Esta companhia é incrível e, para um bailarino novo, vir aqui e ter a oportunidade de fazer espetáculos destas é algo que motiva e que incentiva a melhorar", confiou.

Em Portugal, Martinho Santos teve formação no Conservatório do Lisboa, até aos 14 anos, e depois estudou quatro anos no Mónaco, na Academia Princesa Grace, dirigida pela Princesa Carolina do Mónaco.

Embora fale muitas vezes de "sorte" ao longo da carreira, o talento foi reconhecido cedo.

Aos 12 anos, conquistou o 1.º lugar na categoria de solos no concurso do festival internacional Tanzolymp 2019, que decorreu em Berlim, na Alemanha.

Foi a mãe que o impulsionou a tentar a sorte no Mónaco, onde lhe foi oferecida uma bolsa e também muito "carinho" de professores e responsáveis, "que têm de cuidar de bailarinos muito jovens de países como a Austrália ou Japão".

Apreciador de ambos os estilos clássico e contemporâneo, Martinho Santos acredita que o ensino de dança em Portugal "tem muito bom nível, mas precisa de mais investimento".

"A nível contemporâneo, especialmente, acho que o nível em Portugal está muito alto. Sinto que os bailarinos formados em Portugal têm um movimento contemporâneo bastante coordenado e livre", afirmou.

Hoje celebra-se o Dia Mundial da Dança.