Estreado em 2020, “Sob a terra” venceu um concurso lançado pelo Ministério da Cultura e pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) para procurar alterar comportamentos das populações face a incêndios através das artes.

Neste espetáculo, a companhia de teatro de Leiria conta com música de Surma ao vivo e desenho digital em tempo real de Nuno Viegas, que acompanham um elenco de sete atores.

“Já temos 35 espetáculos [apresentados] pelo país, desde Idanha-a-Nova até Viana do Castelo, além de Leiria, Penacova… Agora vamos continuar e espero que para o ano consigamos chegar ao espetáculo 50”, afirmou à agência Lusa o diretor da companhia e encenador do espetáculo, Frédéric da Cruz Pires.

Esta digressão de “Sob a terra” vai passar por algumas aldeias próximas de florestas. “Em  Torres de Mondego a aldeia sofreu com um incêndio há pouco tempo”, realça.

O regresso do espetáculo a palco neste outono, após a época dos fogos, justifica-se porque “não vamos falar do assunto quando os incêndios estão a acontecer”.

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Fredéric da Cruz Pires explicou que a intenção deste proposta artística é “tentar falar dos incêndios de forma a mitigar o dano e por as pessoas a pensar sobre a questão dos fogos rurais, das queimadas, das queimas, da limpeza do terreno com as máquinas”.

“As alterações climáticas estão aí e qualquer queima ou queimada indevida pode não só pôr a floresta em perigo, como a vida de quem lá habita”, acrescentou o encenador, que espera tocar a consciência das populações com o espetáculo.

A nova digressão de “Sob a terra” começa no final de outubro, com apresentações no Sabugal, distrito da Guarda, no dia 25, e em Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, no dia 26.

Em novembro, o espetáculo vai a Castanheira de Pera (dia 1) e ao Sítio da Nazaré (dia 3), no distrito de Leiria, Ourém (dia 7) e Ferreira do Zêzere (dia 14), no distrito de Santarém, a Torres do Mondego, em Coimbra (dia 9), e a Vila Praia de Âncora, em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, (dia 10).

Em Ourém e Castanheira de Pera haverá sessões de mediação com as comunidades educativas.

“Através de exercícios de teatro vão explorar algumas situações relacionadas com o tema dos fogos rurais e o resultado vai ser integrado no espetáculo”, concluiu o encenador.