Depois das curtas-metragens "Rhoma Acans" e "Balada de um batráquio", Leonor Teles assina a primeira longa documental, acompanhando a vida de Albertino Lobo, um pescador de Vila Franca de Xira ligado desde sempre ao rio Tejo.

O nome de Leonor Teles sobressaiu no cinema português em 2016, quando venceu o Urso de Ouro, o prémio máximo do festival de Berlim, com "Balada de um batráquio". Nessa altura, estava já em filmagens, há largos meses, para "Terra Franca".

À Lusa, Leonor Teles recordou que a rodagem durou quase dois anos, entre 2015 e 2017, para registar um ciclo de vida, tendo Albertino Lobo e Vila Franca de Xira como motores centrais do documentário.

"Era suposto ser uma 'curta' e, depois, começou a crescer para uma 'longa'. Começámos a perceber que era preciso começar a falar de outros assuntos. O filme começou por falar sobre a pesca", contou.

Leonor Teles, natural de Vila Franca de Xira, já conhecia Albertino Lobo e a família, mas foi numa viagem de barco, conduzido por ele, que percebeu que tinha um filme para fazer.

"Senti que havia ali uma força naquela imagem e que o Albertino, quando está no barco, está no seu elemento, e eu acho que senti que tinha que captar aquilo. E tudo o resto veio depois. Mas começou com esta imagem, ele no rio, ele no barco, como se fosse um 'cowboy' sem cavalo, aquela figura distante sem estar a dizer nada", recordou.

A realizadora fala no filme como um "projeto colaborativo", pela participação da família no processo de filmagem. "Não era só eu que ia filmar só porque sim. Começaram a participar e perceber o que seria importante que fizesse parte do filme", disse.

"Terra Franca", que faz parte da competição oficial do festival DocLisboa, teve estreia mundial em março passado, no festival Cinéma du Réel em Paris, onde recebeu o "Prix International de la Scam".

Produzido por Uma Pedra no Sapato, o documentário terá estreia comercial a 21 de novembro nos cinemas em França, e só deverá chegar às salas portuguesas no começo de 2019.

A competição portuguesa do DocLisboa conta com 18 filmes, entre curtas e longas-metragens, como "Avenida Almirante Reis em 3 andamentos", de Renata Sancho, "Extinção", de Salomé Lamas, "Sunstone", de Filipa César e Louis Henderson, "Casa Encantada", de Júlio Alves, e "Turno do dia", de Pedro Florêncio.

O 16.º DocLisboa decorre entre hoje e o próximo dia 28.

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