O festival internacional e laboratório de artes performativas, que conta a participação de 20 artistas de dez países, arrancou no início de novembro e termina no sábado, com uma espécie de laboratório em festa, com sete participantes a apresentarem os projetos que desenvolveram ao longo da iniciativa.
As apresentações no sábado começam às 11:00 e a última está marcada para as 18:30, percorrendo diferentes espaços da cidade, seja uma intervenção junta ao conjunto escultórico de Rui Chafes no Jardim da Sereia, um trabalho sobre multidões num baldio perto do Colégio de São Teotónio ou uma reflexão sobre migrações na Baixa de Coimbra, contou à agência Lusa a curadora do Linha de Fuga, Catarina Saraiva.
A ideia de caprichos, uma análise crítica sobre origens e ocupação de territórios ou um trabalho que reflete sobre o Brasil de hoje e de como se chegou à eleição de Jair Bolsonaro como presidente daquele país são outros dos temas presentes nos projetos apresentados por sete dos 20 artistas que integraram o laboratório de artes performativas, acrescentou.
O festival termina com um solo do coreógrafo Thomas Hauert, que, apesar de suíço, é "um dos símbolos da dança belga", dirigindo a companhia ZOO, em Bruxelas, sublinhou Catarina Saraiva.
O espetáculo de dança que vai apresentar na Antiga Igreja do Convento São Francisco centra-se em torno das "possibilidades e impossibilidades de se chegar a esse ideal do amor", em que a partir de várias interpretações da obra "Si dolce èl tormento", de Claudio Monteverdi, a relaciona com "12 Madrigali", de Salvatore Sciarrino.
"É uma peça que atormenta ao mesmo que te leva e que te enleva. É uma peça bonita. Fico feliz por terminar o festival com esta peça", disse Catarina Saraiva.
Para além das apresentações no sábado e do espetáculo de Thomas Hauert, o Linha de Fuga dinamiza na quinta-feira uma conversa com a investigadora do Centro de Estudos Sociais Maria Paula Meneses, sobre a descolonização do olhar, no Liquidâmbar, e, na sexta-feira, é apresentado o espetáculo "Fuá", de Federica Folco, no Teatro da Cerca de São Bernardo.
Todos os eventos são de entrada gratuita, com exceção do espetáculo de Thomas Hauert, com bilhete de cinco euros.
Os portugueses Ana Borralho e João Galante e Miguel Pereira, a uruguaia Federica Folco, a italiana Luciana Fina, o espanhol Sergi Faustino e o suíço Thomas Hauert são os artistas da primeira edição que, para lá de fazerem apresentações públicas durante o festival, dirigiram os seminários do Linha de Fuga.
O festival tem como parceiros a Câmara Municipal de Coimbra, o Teatro Académico de Gil Vicente, a Escola da Noite, o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e o Citemor (coprodutor do laboratório).
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