A biografia de Manuel II refere-o como “católico convicto”. O historiador João Miguel Almeida afirma que o último rei de Portugal podia repetir um lema político de Fernando Pessoa, seu contemporâneo: “Tudo pela Humanidade nada contra a Nação”.
João Miguel Almeida realça que ambos “convergiam na admiração pelo liberalismo britânico”, mas “divergiam radicalmente no que respeitava à Igreja Católica”: o filho dos reis D. Carlos e D. Amélia “valorizava o catolicismo como força social” e o poeta era “anticatólico”.
Nesta como noutras áreas, Manuel II (1889-1932) demarcou-se de seu pai, em termos de “política interna [tendo enveredado] pela ‘acalmação’” e, “na política externa seguiu as linhas gerais da dinastia de Bragança”, mas ao contrário do rei Carlos, “mostrava-se desconfiado em relação a Espanha e era um assumido anglófilo”.
Manuel II reconhecia que uma possível restauração do trono implicava uma renovação das instituições monárquicas e, se foi um apoiante da Ditadura Militar do general Gomes da Costa, foi um foi crítico do regime liderado por Oliveira Salazar, considerando que, numa restauração da coroa, o rei não se limitaria "a um corta fitas", refere o historiador.
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