"Detetamos" na página da Shein "várias peças com elementos distintivos e característicos da cultura e identidade do povo nahua de San Gabriel Chilac, Puebla" (centro do país), disse a Secretaria de Cultura.

Depois de ter sido detetado este facto, a responsável enviou uma carta de protesto e destacou na sua denúncia, especificamente, a camisa da coleção Emery Rose com "estampa floral".

Para os nahuas, "essas peças não são apenas flores bordadas, mas representam parte da sua indentidade biocultural e parte da sua história, e também um saber que foi transmitido de geração em geração e cujo sentido simbólico os representa como povo", diz o comunicado.

Esta etnia não tem "condições de competir no mercado com peças fabricadas de maneira industrial" e "além dos prejuízos económicos, há danos morais, já que também foram despojados da sua identidade como grupo", assinalou a Secretaria de Cultura.

O México pede à Shein que "explique publicamente com quais fundamentos privatiza uma expressão cultural tradicional de propriedade coletiva, fazendo uso de elementos culturais cuja origem está plenamente documentada".

O governo mexicano já denunciou anteriormente a Shein e outras marcas de roupas estrangeiras - como a espanhola Zara e a famosa Carolina Herrera, estilista venezuelana radicada nos Estados Unidos - por casos semelhantes.