A Ervas Finas, empresa de Graça Saraiva, sediada em Vila Real, desbravou o mercado das flores comestíveis e ervas aromáticas e criou um laboratório de estudo e multiplicação de plantas.
Agora, Graça Saraiva juntou-se à Quinta do Portal para criar um “Jardim Gastronómico”, uma horta do Douro onde estão a ser plantadas cerca de 250 espécies de legumes regionais, de frutos como a laranja bergamota ou a laranja moscatel, ervas aromáticas como a hortelã ou flores comestíveis (flor de cebolinhos, amor-perfeito e capuchinhas).
É um jardim que se come. Um jardim que vai abastecer o restaurante da quinta e, por onde, os visitantes e clientes da casa de turismo podem passear e colher flores para as comer no local.
O projeto foi apresentado hoje, em que se assinala o Dia da Biodiversidade.
Paulo Coutinho, enólogo da Quinta do Portal, adiantou que o projeto tem uma parte didática que consiste em plantar alguns dos componentes que se podem cheirar ou saborear no vinho, como, por exemplo, a flor de laranjeira ou frutos vermelhos. A ideia é, explicou, “estimular os sentidos”.
Na Quinta do Portal pretende-se “trazer a vinha para o jardim ou o jardim para a vinha”.
Graça Saraiva está a desenvolver dois projetos ligados à área turística, um nesta quinta de produção de vinho e turismo, em Sabrosa, distrito de Vila Real, e outro na Comporta, concelho de Alcácer do Sal, que está ligado ao alojamento e restauração.
“São dois projetos-piloto, um a norte e outro a sul, para fazer uma demonstração prática da importância destes conceitos nos projetos turísticos. Cada espaço tem a sua identidade”, frisou.
Graça Saraiva estuda o potencial que cada planta pode ter na gastronomia e introduz estas espécies em bebidas, em entradas, pratos principais e sobremesas. Até o centro da mesa, feito com flores, pode ser provado.
Desde o pão com flor de sabugueiro e groselhas negras, a salada jardim (com ervas silvestres e aromáticas, flores comestíveis, morangos e groselhas), um robalo do mar em cama de ervas ou uma torta de flores com geleia de rosas.
“Por ser no Douro, na Quinta do Portal, as propostas gastronómicas têm também que estar em sintomia com os vinhos. Pretende-se que este jardim seja um laboratório de inspiração e interpretação dos vinhos que aqui se fazem”, afirmou.
Para o chefe Milton Ferreira, é “um privilégio” trabalhar com um produto que vai ver crescer.
“Todos os dias vamos ter produtos diferentes para trabalhar. Arrisco-me a dizer que vai haver sempre variações no prato”, salientou. O responsável considerou ainda que este jardim “vai ser uma fonte de inspiração”.
Na quinta irá ainda nascer uma pequena floresta para o desenvolvimento da atividade micológica. O jardim terá um espaço próprio com mesas e uma banca para a realização de degustações e workshops.
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