Embaixador do terceiro festival internacional de cinema de Macau (IFFAM), Nicolas Cage falava em conferência de imprensa, a poucas horas da passadeira vermelha e da exibição do filme de abertura – “Green Book” – do norte-americano Peter Farrelly.
“Macau é um lugar com uma história incrível. Na minha opinião, é fascinante por causa da interação cultural harmoniosa entre o chinês e o português”, disse Cage, acrescentando que “gosta de ver a arquitetura e perceber as diferentes influências” na cidade.
Na mesma intervenção, a estrela de Hollywood debruçou-se sobre a importância da indústria cinematográfica chinesa, uma das maiores do mundo, e da qual garantiu o seu trabalho depender nos dias de hoje.
“Esta indústria é a razão pela qual ainda tenho o privilégio de trabalhar”, destacou, numa alusão ao investimento chinês mas também à sua participação em filmes chineses. Nicolas Cage já colaborou com cineastas do interior da China, Hong Kong e Taiwan.
“Cada vez mais atores e realizadores ocidentais estão interessados nesta relação porque se apercebem do quão ela é importante. E nela reside, de facto, o futuro do cinema”, sublinhou.
O alinhamento do festival, que se prolonga até sexta-feira, conta com mais de 50 filmes internacionais e 14 produções locais. Há dois filmes com mão portuguesa: “Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, e “Hotel Império”, de Ivo Ferreira.
Distinguido em maio com o Grande Prémio da Semana da Crítica de Cannes, “Diamantino”, a primeira longa-metragem de ficção de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, será exibido na secção não competitiva de filmes “Flying Dagger”.
“Hotel Império”, do realizador Ivo Ferreira, regressa ao grande palco das filmagens, onde será exibido depois da estreia mundial em Pingyao, no nordeste da China.
Destaque também para os filmes “Roma” (EUA/México) e “U-July 22(Noruega), na secção não competitiva “Best of Fest Panorama”. “Roma”, de Alfonso Cuarón, foi o primeiro filme da Netflix a vencer um dos principais prémios de cinema: o Leão de Ouro do Festival de Veneza. O segundo, de Erik Poppe, foi nomeado para o Urso de Ouro, em Berlim.
Em competição correm onze filmes de três continentes.
Em 2017, o filme “Hunting Season”, da realizadora argentina Natalia Garagiola, ganhou o prémio de melhor filme do segundo festival internacional de cinema de Macau e o francês Xavier Legrand conquistou a distinção de melhor realizador com “Custody”, um ‘thriller’ sobre terrorismo doméstico.
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