Contactada pela agência Lusa, fonte da galeria indicou que a sessão de apresentação do livro "Nikias Skapinakis - paisagens [landscapes]", de Bernardo Pinto de Almeida, numa edição conjunta com a Documenta, terá início pelas 18:30.
Na mesma altura, será inaugurada uma exposição com sete obras inéditas do artista, da série abstrata monocromática intitulada “Descontinuando”.
As pinturas inéditas a preto e branco, com sugestão de paisagens, são reproduzidas no livro, e fazem parte de uma série iniciada no ano passado que já foi alvo de uma primeira exposição, no outono, acolhida pelos Artistas Unidos, no Teatro da Politécnica, em Lisboa.
No lançamento do novo livro estarão presentes o pintor Manuel Casimiro, o crítico de arte Nuno Crespo e o autor do livro, investigador e professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, para uma conversa em torno da obra de Nikias Skapinakis.
A Galeria Fernando Santos indicou que está previsto realizar-se uma sessão do lançamento do livro, também em Lisboa, em data posterior.
De ascendência grega, Skapinakis nasceu em Lisboa, em 1931, frequentou o curso de arquitetura, que abandonaria para se dedicar totalmente à pintura.
Além da pintura a óleo, como atividade dominante, dedicou-se à litografia, serigrafia e ilustração de livros. Entre outras obras, ilustrou “Quando os Lobos Uivam”, de Aquilino Ribeiro (Livraria Bertrand, 1958), e “Andamento Holandês”, de Vitorino Nemésio (Imprensa Nacional, 1983).
É autor de um dos painéis concebidos para o café “A Brasileira do Chiado” (1971), em Lisboa.
Para a estação de Arroios, do metro de Lisboa, que se mantém em obras de ampliação, concebeu em 2005 o painel “Cortina Mirabolante”.
"Este painel de azulejos é constituído por três peças, num total de 15 metros de extensão". Será "possível colocá-lo fora dos átrios, de modo a separar-se dos painéis de Maria Keil, numa área proeminente e destacada no centro de um dos cais", segundo o Metropolitano.
Em 2012, o Museu Coleção Berardo apresentou a exposição antológica “Presente e Passado, 2012-1950” dedicada ao artista, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Em 2013, foi-lhe atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores o Prémio de Artes Visuais.
Em 2014, apresentou na Casa Fernando Pessoa a série de guaches Lago de Cobre e a série de desenhos Estudos de Intenção Transcendente. Ilustrou ainda a revista Colóquio Letras dedicada a Almada Negreiros.
Em 2017, apresentou no Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva a série desenvolvida a partir de 2014, "Paisagens Ocultas - Apologia da Pintura Pura".
Anteriormente, em 1985, o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, também em Lisboa, mostrou uma exposição antológica da sua pintura, completada com uma retrospetiva da obra gráfica e guaches na Sociedade Nacional de Belas Artes.
O encenador e realizador Jorge Silva Melo, fundador dos Artistas Unidos, que dirigiu um documentário sobre Nikias Skapinakis, escreveu na apresentação da primeira mostra dedicada à série “Descontinuando”, inaugurada em setembro passado, no Teatro da Politécnica: “Quem diria que, um dia, em salas onde trabalho, iria conseguir apresentar exposições de um dos pintores que mais admirei e admiro? Sim, é o Nikias Skapinakis com novos trabalhos. E desde que fizemos o filme (1999) tenho tido esta alegria: ir vendo – e por vezes expondo – o que, irredutível, inventivo, intransigente, criador ele vai fazendo. É mesmo uma alegria.”
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