Tutankhamon terá nascido em 1346 antes de Cristo (a.C.) e morreu em 1327 a.C., aos 19 anos. Reinou entre 1336 e 1327 a.C. e sucedeu ao seu pai, o faraó Akhenaton.
Foi o último faraó da XVIII dinastia e, durante o seu curto reinado, recuperou Memphis como capital do Egito e retomou o politeísmo, abandonado pelo pai, que proclamara Aton como o único deus.
O túmulo de Tutankhamon, no Vale dos Reis, atual Luxor, foi descoberto a 4 de novembro de 1922, mas só a 26 do mesmo mês se percebeu as riquezas que continha.
Assim, foi o primeiro túmulo de um faraó encontrado intacto, pois todas as outras sepulturas reais tinham sido saqueadas em maior ou menor grau séculos atrás.
A maldição do faraó
A descoberta do túmulo de Tutankhanon, conhecido também como Rei Menino, encheu as manchetes dos jornais da época, mas não só: trouxe também a crença de que o local estaria amaldiçoado e que quem interferisse com o tesouro iria acabar por morrer em breve.
A morte do patrocinador da expedição, Lord Carnarvon, poucos meses após a abertura da câmara mortuária, a 16 de fevereiro de 1923, fez com que muitos considerassem que seria a maldição a trabalhar. Contudo, em causa estava somente uma infeção sanguínea.
Segundo a National Geographic, apenas seis das 26 pessoas presentes quando o túmulo foi aberto morreram no espaço de uma década. E Howard Carter, que seria certamente o "alvo principal de qualquer maldição", viveu até 1939, quase 20 anos após a abertura do local.
Como morreu Tutankhamon?
Em 2014, a primeira “autópsia virtual” praticada na múmia de Tutankamon revelou que o faraó egípcio morreu devido a uma doença congénita, contrariando a ideia de que teria morrido num acidente de carruagem.
O documentário “Tutankhamon: A verdade a descoberto”, emitido pela estação de televisão BBC, mostrou que a “autópsia” consistiu na análise de 2.000 scanners informáticos e provas de ADN que apontam que o faraó, que ocupou o trono a partir dos 10 anos - de 1332 a.C. a 1323 a.C. - nasceu de incesto entre dois irmãos, de quem herdou uma doença óssea.
As imagens da cabeça e do corpo revelaram ainda que Tutankhamon tinha uma morfologia peculiar, com o lábio superior e os quadris quase femininos e os pés arqueados.
As análises indicam que, devido à forma dos seus pés, o faraó não conseguia caminhar sem o apoio a uma bengala nem conduzir carruagens, descartando-se assim a hipótese de ter morrido num acidente com esse veículo.
As possíveis limitações físicas foram também suportadas pelas 130 bengalas encontradas no túmulo no faraó.
Os especialistas apontam que o buraco na cabeça, anteriormente atribuído a um possível golpe fatal, ocorreu depois da sua morte, provavelmente para derramar a resina utilizada no embalsamento.
* Com Lusa
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