O concurso é da responsabilidade da Rede Europeia ‘Women Against Violence Europe’ (WAVE) e das suas organizações parceiras, sendo que em Portugal ficou a cargo da Associação das Mulheres contra a Violência (AMCV), que convidaram os jovens europeus a participar no concurso “Jovens pela Prevenção da Violência Doméstica e Violência Sexual”, no âmbito da campanha europeia ‘Step Up!’.

A campanha foi lançada em maio do ano passado e a vencedora em Portugal foi Joana do Mar Machado, atualmente a trabalhar em Inglaterra como técnica de Medicina Molecular, e que vai representar Portugal na cerimónia europeia, em Bruxelas, a 27 de fevereiro.

Em declarações à agência Lusa, explicou que viu o anúncio no Portal da Juventude e entendeu imediatamente que queria participar, tendo como ideia central explicar o que é a violência e de que forma ela afeta a vida das vítimas.

“Decidi centrar a temática do meu vídeo na mudança de atitude e, para mim, isso refere-se às outras pessoas que podem ajudar estas vítimas”, adiantou, frisando que são pessoas que muitas vezes não conseguem expressar o medo que têm.

Defendeu, por isso, que é preciso atitude por parte das pessoas que têm conhecimento das agressões e “é preciso ação para que as vítimas sejam resgatadas da violência a que estão sujeitas”.

Joana Machado explicou que quis incluir a participação de uma criança no vídeo porque esta é uma realidade que afeta não só as mulheres, mas também crianças e jovens, tendo optado por lhe chamar Atitude.

“Fiz isso porque era aquilo que eu queria invocar no meu vídeo e essa criança conta uma história. Tentei fazer essa história de modo a tocar nos pontos fulcrais que era a atitude das pessoas”, contou.

“As pessoas vitimizam estas vítimas. Acham que são coitadinhas e que muitas vezes não falam porque não querem. Muitas vezes não é verdade, é porque simplesmente elas não confiam em ninguém e isso foi o meu ponto de partida”, acrescentou.

Como tinha pouco tempo para realizar o vídeo, pensou em ideias concretas e que fossem fáceis de realizar. E como o vídeo foi todo feito com recurso a um telemóvel, tentou compensar a “fraca qualidade” das imagens com a força da mensagem que queria passar.

Por outro lado, como trabalha com pessoas de várias nacionalidades, Joana Machado entendeu que fazia sentido que a mensagem não fosse apenas nacional e é por essa razão que há um pedido de ajuda feito em várias línguas.

“A partir daí tentei invocar o que a violência tira às pessoas, por exemplo, a liberdade. A menina anda no baloiço e o baloiço tem o nome de liberdade. O vídeo começa e acaba com criança para evocar o conceito de liberdade e frisar que todos nós podemos fazer a diferença e fazer essas pessoas livres”, explicou.

No vídeo, Joana Machado mostra também alguns dos contactos através dos quais as vítimas podem pedir ajuda, lembrando que este é um fenómeno transversal e que, dependendo do caso, “há sempre um contacto mais adequado”.

“Adoraria que fosse possível que o vídeo fosse divulgado internacionalmente e que isto fosse uma porta de abertura também para as vítimas de violência”, admitiu.

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