O presidente do júri, o escritor Luís Cezerilo, justificou a escolha, que "já devia ter acontecido há muito tempo", com a grandeza e humanismo da obra.
Mia Couto enalteceu, por sua vez, a obra do poeta José Craveirinha ao receber o prémio no Salão Nobre do Conselho Municipal de Maputo.
A ministra da Cultura, Eldevina Materula, sublinhou o simbolismo de Mia Couto ser galardoado no ano em que se celebra o centenário de Craveirinha.
O prémio de literatura foi criado pela Associação dos Escritores Moçambicanos em parceria com a Hidroelétrica de Cahora Bassa, com uma valor monetário de 25.000 dólares (23.430 euros).
Mia Couto nasceu na Beira, em Moçambique, em 1955, tendo sido jornalista e professor - atualmente é biólogo e escritor.
Prémio Camões em 2013, Mia Couto é autor, entre outros, de "Jesusalém", "O Último Voo do Flamingo", "Vozes Anoitecidas", "Estórias Abensonhadas", "Terra Sonâmbula", "A Varanda do Frangipani" e "A Confissão da Leoa".
Traduzido em mais de 30 línguas, o escritor foi igualmente distinguido com o Prémio Vergílio Ferreira, em 1999, com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas, em 2007, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2011, pelo conjunto da obra, entras outras distinções.
"Terra Sonâmbula" foi eleito um dos 12 melhores livros africanos do século XX, e "Jesusalém" esteve entre os 20 melhores livros de ficção mais publicados em França, na escolha da rádio France Culture e da revista Télérama.
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