"Temos intenção de apresentar este projeto ainda durante o verão, de forma a que possa começar a ser implementado no próximo ano. Trata-se de estender a Escola Azul, também, à utilização dos desportos náuticos e a todo o país", disse Ana Paula Vitorino.

A ministra do Mar disse que o objetivo é que o novo projeto englobe "não só os municípios costeiros, ribeirinhos, mas também municípios do interior".

"Para que as crianças e jovens do interior possam ter acesso a todas estas possibilidades que lhes façam ter um primeiro contacto com o mar, um primeiro contacto com os desportos náuticos", frisou.

A governante, que falava aos jornalistas em Viana do Castelo, à margem da assinatura de um protocolo entre a Câmara local e a empresa NELO M.A.R. Kayaks Lda para a criação de uma base naval de treinos de barcos de vela, adiantou que "o projeto-piloto vai envolver quatro municípios do litoral e municípios do interior".

"Estamos, neste momento, no processo de escolha de quais municípios do interior porque queremos fazer um intercâmbio em que também as crianças e jovens que vão do litoral para o interior possam ter um valor acrescentado na sua formação e no contacto com todo o território", referiu, escusando-se a adiantar mais pormenores sobre o projeto, a apresentar, no verão, pelo Governo.

Disse que, no primeiro ano de implementação do projeto, o investimento estimado ronda os 100 mil euros, considerando tratar-se de um programa "muito importante para a formação das futuras gerações e para incentivar a ligação ao mar de todos os portugueses e, não só, os portugueses do litoral".

O programa Escola Azul, projeto nacional de literacia do oceano, foi lançado pela ministra do Mar, em fevereiro, em Matosinhos, para reforçar a ligação do setor do mar às escolas, contribuindo para a criação de gerações mais conscientes da importância do mar.

Em março, Ana Paula Vitorino atribuiu a bandeira Escola Azul à secundária de Santa Maria Maior, em Viana do Castelo.

Com 31 entidades parceiras, a governante frisou que o projeto, mais do que promover uma relação mais forte entre os jovens e o oceano, quer dar-lhes a conhecer as possibilidades que existem no mar em termos de carreiras profissionais.

Neste ano letivo, o programa conta com a participação de 48 escolas e o envolvimento de 6.500 alunos. Contudo, Ana Paula Vitorino quer atingir mais instituições de ensino.

Para se tornar Escola Azul, as instituições devem desenvolver projetos sobre o oceano, integrar alunos de diferentes idades, envolver diferentes disciplinas, responsabilizar alunos e professores e interagir com o setor do mar.

Além de promover uma maior responsabilidade pessoal em relação ao mar, o Escola Azul quer distinguir, estimular e apoiar as escolas portuguesas a trabalhar temas ligados ao oceano, integrar numa estratégia única e concertada os diferentes projetos e ações de literacia do oceano e reforçar a intervenção entre o setor e a comunidade escolar.

Colocar o tema na agenda dos decisores políticos, ativar sinergias entre a comunidade educativa e as diferentes partes interessadas ligadas ao mar e delinear estratégias educativas harmonizadas são outros dos propósitos do programa.

A coordenação do projeto está a cargo da Direção-Geral de Política do Mar e conta com a coordenação científica e de cooperação assegurada pela Ciência Viva.