Impedido de presidir a edição de 2020, devido à pandemia de covid-19, como anunciado, Spike Lee manteve-se leal e prometeu acompanhar o Festival até ao seu regresso à Croisette, lê-se no comunicado do festival, hoje divulgado.

Para a organização, Spike Lee faz com que o "Festival de Cannes inaugure esta nova década com um excecional presidente do júri, já que é um dos maiores realizadores da sua geração, além de ser argumentista, ator e editor".

"Ao longo de 30 anos, Spike Lee traduziu com precisão as questões de seu tempo, de uma forma contemporânea sem negligenciar a leveza ou a diversão" e, durante "os meses incertos que se passaram, nunca parou de nos apoiar", afirma o presidente do Festival de Cannes, Pierre Lescure, citado pelo comunicado.

"Este apoio está finalmente a materializar-se e não poderíamos ter esperado uma personalidade mais poderosa para questionar os nossos tempos tão conturbados”, sublinha.

“O entusiasmo e a paixão pelo cinema [de Spike Lee] dão-nos mais energia para nos prepararmos para o grande Festival que todos esperam. Estamos muito impacientes”, confidenciou o delegado-geral do certame, Thierry Frémaux.

De acordo com a organização, os contornos da 74.ª edição do festival serão delineados durante as próximas semanas.

A seleção oficial e a composição do júri serão anunciadas no princípio de junho.

Spike Lee entregará a Palma de Ouro, no final do festival, em Cannes, a 17 de julho, garantem hoje os organizadores.

O adiamento para julho desta edição do festival tinha já sido anunciada no final do passado mês de janeiro, pela direção do certame, na sua página na rede social Twitter.

A 74.ª edição do festival estava prevista para os dias de 11 a 22 de maio, mas foi remarcada para o período de 06 a 17 de julho.

No ano passado, o festival de Cannes também adiou a edição habitual em maio e transformou o evento numa versão especial de programação, curta, em outubro.