“É uma experiência sensorial, música, comida, pessoas, culturas. Vemos pessoas de outras partes do país e de outros lugares do mundo. É para guardar para a vida”, disse à agência Lusa Vanessa Sequeira, que veio do nordeste do Brasil, de Maceió, capital do estado de Alagoas, de propósito para viver o Rock in Rio.

Às 14:00 locais (18:00, em Lisboa), a loucura foi total quando se abriram as portas do Parque Olímpico do Rio de Janeiro, em que os visitantes corriam e gritavam para serem os primeiros a conhecer o recinto, o que, segundo um membro da organização, “acontece todos os dias”.

Logo à entrada, depois da paragem para uma fotografia com o nome do evento, encontra-se a Nave - Nosso Futuro é agora, uma experiência sensorial que pretende fazer com que os visitantes tenham consciência da interdependência do ser humano com o ambiente.

Ao entrar, vê-se um ambiente muito escuro, com vários ecrãs e saliências no chão, onde as pessoas se podem sentar, para assistir às várias imagens e sons, alusivos à natureza, como chuva ou ondas.

“Foi maravilhoso porque experimentámos sensações, o que arrepia muito e mexe muito com a nossa cabeça, porque parece que estamos em cada ambiente. Faz-nos pensar em manter os recursos naturais na terra da forma que estão. Nós estamos a perder muita coisa com as construções”, defendeu a festivaleira Jéssica Motoco.

A conversa sensorial é repetida a cada 30 minutos e termina com uma música de Zé Ricardo, que diz no refrão: “É assim que nos conectamos para ver o futuro que queremos. Agora faltam vocês”.

“Achei bem interessante. Transmitiu-me alegria, calma, tranquilidade. Sinto-me com mais energia tanto fisicamente como psicologicamente, porque parámos, respirámos, descansámos um bocadinho, e agora saímos para curtir os ‘shows’”, referiu a visitante Letícia.

A maior parte dos espetáculos só começa ao final da tarde, mas, enquanto não há música, há muitas atividades para todos os gostos, como uma montanha russa, 'slide' ou andar de roda gigante, tendo uma vista periférica para a gigante Cidade do Rock, que este ano tem 385 mil metros quadrados de área útil (mais 60 metros quadrados do que em 2017).

“Acabámos de chegar, mas acho que a estrutura é enorme e surpreendi-me com o tamanho. Está tudo muito bem organizado e o desejo é que a noite seja maravilhosa. Quero ver se ando na roda gigante, para ter uma visão de cima”, contou Luciana Martins.

Se as atividades radicais não 'fazem o género' dos visitantes, também existe a Game Play Arena, onde é possível desfrutar de vários jogos, como "Pacman" ao vivo, sendo literalmente uma lufada de ar fresco para quem quer escapar aos 26 graus tropicais que se faziam sentir na rua.

Ainda assim, o calor não demoveu as milhares de pessoas em frente ao palco do jogo "Just Dance", onde os festivaleiros podiam subir ao palco e tentar fazer uma coreografia.

Já na Rock Street Asia, os visitantes sentem-se noutro continente com toda a cenografia inspirada em países asiáticos, além das atuações, entre as quais, por exemplo, é possível assistir ao espetáculo de tambores dos japoneses Wadaiko Sho.

Quando a fome aperta, além dos ‘stands’ espalhados pelo recinto, existe o “Gourmet Square”, inspirado no Mercado da Ribeira, em Lisboa, onde está presente um restaurante de comida portuguesa, a “Tasca do Filho d’mãe”.

Esta é a oportunidade para os visitantes experimentarem bacalhau com natas, pastéis de bacalhau ou de Belém. No entanto, no momento em que a Lusa esteve no local, esta opção não estava a conquistar muitos festivaleiros, visto que era o restaurante mais vazio.

O Rock in Rio termina no domingo e hoje tem como cabeça de cartaz Red Hot Chili Pappers, destacando-se também as atuações de Panic At The Disco e o Hip Hop Hurricane com a Nova Orquestra, Rael, Baco Exu do Blues, Rincon Sapiência e o português Agir.