"Costumo dizer que a política não influencia o meu humor, o meu humor é paralelo, vive no mesmo espaço temporal mas tem um posicionamento completamente diferente. A política a mim não me inspira, o que me inspira são as pessoas, os costumes, as modas, os medos, as inseguranças", conta, em entrevista à agência Lusa.
O humorista está em digressão desde outubro com o espetáculo "Cabeça Ausente", que se manterá nos palcos de todo o país até março.
Na sexta-feira, Salvador Martinha atua no Teatro Micaelense, na ilha de São Miguel, da qual guarda uma memória "muito gratificante".
A primeira "grande crítica numa revista a sério" a um espetáculo seu deu-se após uma noite no Coliseu Micaelense, com o escritor e radialista Nuno Costa Santos a dar "muito sólidas quatro estrelas" na revista Sábado à atuação do humorista.
"Fiquei com um carinho especial pelos Açores", admite aquele que foi o primeiro humorista português a ter um espetáculo na plataforma Netflix.
Nos Açores, Salvador Martinha, como "nos outros locais", não irá "adaptar" o espetáculo, embora "tudo o que é vivido na ilha" de São Miguel "desde o momento de pisar o chão", possa integrar a noite de humor.
Falando em humor, o lisboeta admite que este "sem dúvida que está na moda", até porque "antigamente os miúdos queriam ser cantores, e agora querem ser humoristas".
"As pessoas percebem que há aqui uma profissão, e uma profissão 'cool'. Na cabeça das pessoas dizes umas piadas e és milionário", conta, entre risos, antes de advogar que o "mercado vai-se encarregar de dizer quem vai ficar e quem vai sair" do circuito.
Questionado sobre o 'podcast' Ar Livre, onde semanalmente se apresenta aos seus fãs, Salvador Martinha diz que tal espaço é o retrato da sua "personalidade", onde não se apresenta como um "vencedor", mas sim "como uma pessoa, com estados de alma", que podem variar de semana para semana.
O primeiro solo de comédia de Salvador Martinha foi apresentado ao público em 2011.
Em "Cabeça Ausente", o seu quinto espetáculo de 'stand up', que na sexta-feira é apresentado em Ponta Delgada, o humorista fala sobre o seu défice de atenção, partilhando com o público o que vai na sua cabeça quando está "ausente do mundo".
Até ao final da digressão, Salvador Martinha tem ainda datas marcadas em localidades como Castelo Branco, Lisboa, Chaves, Coimbra, Faro, Beja, Lagos ou Viana do Castelo.
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